4 implicações do consumo de ultraprocessados na rotina de estudos

4 implicações do consumo de ultraprocessados na rotina de estudos

Consumo de alimentos industrializados têm prejuízos que vão além da saúde física, e afetam rendimento acadêmico

O consumo excessivo de alimentos ultracalóricos tem deixado médicos, nutricionistas e pesquisadores em alerta, dado aos prejuízos já comprovados de uma dieta hipercalórica na saúde física. Mas o que recentemente começou a ser revelado pelas pesquisas são os efeitos dessa dieta também nas áreas neurológica e mental, com implicações no consumo de ultraprocessados na rotina de estudos.

A questão não é exatamente simples. Os alimentos manipulados industrialmente, com excesso em açúcar, sal, gorduras e elementos químicos e sintéticos como corantes e conservantes afeta diretamente nosso cérebro. Assim, há implicações no consumo de ultraprocessados na rotina de estudos em todas as faixas etárias. Só que os mecanismos por trás disso ainda não são bem esclarecidos.

Falar sobre a ingestão de alimentos saudáveis como frutas e verduras, grãos, castanhas, azeite de oliva, ovos e muitos outros e associar esse consumo a melhores rendimentos de alunos é comum, mas abordar os prejuízos do consumo de ultraprocessados na rotina de estudo ainda é raro, e desconhecido por muitos.

A desconexão entre as fontes do alimento e quem os consome, a rotina cada vez mais acelerada e a perda do hábito de cozinhar vem turbinando os ultraprocessados na mesa dos brasileiros. De acordo com um estudo da USP de 2022, esses alimentos – ricos em calorias e pobres em questões nutricionais – já compõem uma média de 30% da ingestão diária de calorias o Brasil.

A nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da UniBRAS Rio Verde, Daiane Costa dos Santos, explica que os riscos do consumo de ultraprocessados na saúde cognitiva e mental são diversos, mas os mais percebidos estão relacionados a memória, atenção e aprendizado, isso devido a inflamações e estresse oxidativo no cérebro.

“Esses alimentos causam uma inflamação sistêmica, um estresse oxidativo que afeta negativamente o cérebro. Há uma prevalência de dificuldade de memória e aprendizado, especialmente em crianças e idosos. Já temos dados que demonstram isso, com evidência científica”.

A especialista argumenta que esse tipo de prejuízo é fortemente perceptível em crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e também em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ela também diz que os prejuízos na saúde mental são desencadeados pela alta concentração de ácidos simples, gorduras trans, açúcar e aditivos, que estão relacionados a sintomas ansiosos e depressivos.

“Um outro fator está ligado a alteração na microbiota intestinal. Já se sabe que grande parte da produção de serotonina está no instestino. Quando se consome muito ultraprocessados, essa microbiota é alterada, o que pode afetar a produção desse neurotransmissor e causar prejuízos diretos no humor e no bem-estar mental”, explica.

Cientes de que manter uma rotina de estudos equilibrada é essencial para o melhor rendimento acadêmico, deixamos abaixo 4 consequências do consumo de ultraprocessados na rotina de estudos.

1. Prejudica o desempenho cognitivo

Um dos traços cognitivos mais importante para um estudante é ter boa memória. E é exatamente nesse ponto que os ultraprocessados podem afetar mais os estudos. Em uma grande pesquisa com mais de 30 mil pessoas desenvolvida pela universidade de Harvard e divulgados pela revista Neurology em 2024, constatou-se que o consumo de ultraprocessados tinha efeito direto no comprometimento cognitivo dos participantes.

Acompanhando pessoas dos mais variados perfis demográficos por 11 anos, os pesquisadores verificaram que um aumento de 10% na ingestão de ultraprocessados acrescentava em até 16% o risco de comprometimento cognitivo, especialmente a memória. Um outro estudo de 2022 coordenado pela USP e outras cinco universidades brasileiras mostrava resultados semelhantes.

Na pesquisa brasileira, pessoas que consumiam mais de 20% do total energético diário em alimentos ultraprocessados tinham mais riscos de sofrer declínio cognitivo acentuado. O estudo acompanhou 11 mil pessoas em seis capitais brasileiras entre 2008 e 2017.

2. Favorece o desenvolvimento de insônia crônica

Ainda não se sabe bem como, mas o consumo de alimentos ultraprocessados está relacionado ao desenvolvimento de insônia crônica. Foi o que mostrou um estudo em parceria entre as universidades de Sorbonne, na França, e de Columbia, nos EUA. Reunindo mais de 38 mil franceses, o estudo relacionou o maior consumo de alimentos ultracalóricos a maior ocorrência de doenças do sono.

Um outro estudo da universidade sueca de Uppsala e coordenado pelo pesquisador brasileiro Luiz Brandão, já indicava que o consumo desses alimentos estava por trás de dificuldades em atingir um sono reparador.

Considerando o papel de uma boa higiene do sono para um bom rendimento escolar, é fácil entender o impacto do consumo de ultraprocessados na rotina de estudos.

3. É prejudicial à saúde mental

Sem uma boa saúde mental não há projeto acadêmico que se mantenha de pé, e a dieta rica em industrializados também não ajuda nesse ponto. De acordo com um estudo da USP divulgado em fevereiro desse ano, o alto consumo desses alimentos na dieta favorece em até 58% a incidência de depressão resistente, isto é, casos em que a o paciente não reage de maneira satisfatória aos fármacos tradicionais.

Para além da ausência de nutrientes importantes para o bom funcionamento do corpo, como fibras, vitaminas e antioxidantes, os colorantes, conservantes, espessantes e outros produtos sintéticos presentes nos ultraprocessados estariam relacionados a processos inflamatórios, favorecendo a depressão.

Um estudo publicado na revista Nutrients em 2023 relacionava esses alimentos a 44% de risco maior em depressão – com diferentes tipos de gravidade, 48% maiores chances de sintomas de ansiedade, além de maior incidência em casos de demência.

4. Eleva as flutuações do açúcar no sangue

A concentração é um fator chave a quem deseja se debruçar sobre os livros, e de novo os industrializados não ajudam. Isso porque uma dieta sem o devido equilíbrio de calorias e nutrientes eleva a incidência das flutuações no nível de glicose na corrente sanguínea, o que afeta diretamente a capacidade cognitiva.

Essas flutuações podem ser mais simples, com pequenos incômodos na capacidade de concentração, ou podem ser mais complexas, provocando hipoglicemia ou hiperglicemia – baixo e alto nível de açúcar no sangue, respectivamente.

Dessa forma, fica evidente as consequências do alto consumo de ultraprocessados na rotina de estudos, já que essas condições induzem a sintomas como fraqueza, sonolência, confusão mental ou mesmo perda de consciência. (Texto: Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação Ecossistema BRAS Educacional)

5 dicas para evitar a procrastinação nos estudos

5 dicas para evitar a procrastinação nos estudos

Muito além do que se pensa ser preguiça, há maneiras de simplificar a rotina de estudos e evitar deixar tudo para depois

Quem nunca deixou para amanhã a lista de exercícios que poderia fazer hoje? O trabalho com o prazo de um mês para o último dia, ou o estudo da prova para horas antes do exame. Estudantes de todas as idades entendem bem os prejuízos da procrastinação nos estudos, mas ainda assim não sabem como pará-la. Se fosse fácil abandoná-la, muitos já teriam se ajustado. Pior ainda é quando a culpa se instala.

É que a questão é mais complexa. A procrastinação nos estudos, na alimentação, no trabalho, quanto a uma decisão importante, ou a qualquer outro aspecto em que ela se manifeste, não é algo simples como uma preguiça ou má gestão do tempo, como muitos de nós interpretamos. Se trata de um comportamento ou sintoma fruto de conflitos inconscientes. Ou ao menos é assim que explica a psicanálise.

A psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da UniBRAS Quatro Marcos, Aline Esther, explica que Sigmund Freud apontava para um conflito entre o princípio do prazer, que busca a satisfação imediata, e o princípio da realidade, que impõe limites e obrigações. Nesse embate, o indivíduo recorre a mecanismos de defesa, como a repressão ou a evitação, para escapar de situações angustiantes.

“Quando uma tarefa desperta o temor do fracasso, inadequação ou julgamento, ou quando exige uma forte disposição de energia, o sujeito pode inconscientemente optar por adiá-la, como forma de se proteger. O medo do sucesso também é uma variável comum. Então a procrastinação não deve ser combatida diretamente, ela deve ser interpretada, compreendida, para que se lide com ela”.

De acordo com essa interpretação, é preciso estar atento ao que se estimula essa procrastinação nos estudos, e a partir disso agir para fazer com que a rotina possa fluir de maneira mais simples. Dessa forma, o cuidado com a saúde mental e o autoconhecimento são indispensáveis para enfrentar a questão da procrastinação.

Mas pensando de uma forma mais prática, e considerando que os cuidados com a saúde mental estão sendo observados satisfatoriamente, há sim algumas medidas e hábitos que podem ajudar a construir uma rotina mais saudável e ágil, deixando a procrastinação nos estudos como um comportamento do passado.

Abaixo listamos 5 hábitos para evitar a procrastinação nos estudos.

1. Cuide do seu espaço de estudos

Antes de começar uma rotina de estudos bem-sucedida é fundamental estar atento ao lugar em que se estuda. Isso porque um ambiente limpo, organizado e sem distrações são fatores determinantes para um melhor rendimento. Dessa maneira, separar um

espaço em que se tenha mais capacidade de concentração e personalizá-lo a seu favor é fundamental.

É importante também estar atento aos equipamentos que auxiliam nos estudos, como artigos de papelaria e dispositivos eletrônicos, já que materiais em bom estado agilizam a rotina. Por último, é importante buscar sempre o máximo de conforto possível.

2. Determine metas e prazos

Deixar que os conteúdos fluam de forma caótica é um excelente atalho para a procrastinação nos estudos. Por isso, é preciso estar atento às prioridades e urgências, e determinar quais tarefas devem ser desenvolvidas primeiro, com metas e prazos.

É importante também determinar o tempo de estudo diário, para que essa rotina não seja driblada sem que se perceba – nem seja excessiva.

Mas atenção: é extremamente importante criar metas possíveis, de acordo com seu tempo, disponibilidade e comportamento. Nada de criar tarefas gigantes e impossíveis de serem cumpridas, já que isso pode desenvolver um sentimento de fracasso, que estimula ainda mais a procrastinação.

3. Faça a gestão de tarefas grandes

Quem nunca enrolou para desempenhar uma tarefa que demande muito tempo e esforço? Se deparar com grandes tarefas pode ser um desencadeador da procrastinação nos estudos, já que tendemos a evitar atividades que requerem muito empenho. Pior ainda é não saber quais são os passos para desempenhá-la, e se perder no caminho.

Dividir essa grande tarefa em etapas menores não só ajuda a ter mais clareza sobre o projeto, como também auxilia na gestão de tempo. O resultado é uma tarefa mais organizada e com menos ansiedade e tensão sobre o trabalho, evitando assim a procrastinação.

4. Separe um tempo para o descanso

Se a rotina de estudos demandar muitas horas do dia, é importante manter uma pausa entre os livros. Isso porque o cansaço diminui o foco, fundamental para se ter um bom desempenho.

Não tendo boa concentração, o estudante tende a ter dificuldades com memorização e vai ter um menor aproveitamento do que revisou. Se o sono não estiver em dia, o resultado é ainda pior.

Por isso separe sempre um intervalo entre os estudos para descansar, se distrair ou fazer um lanche. Lembre-se também que na rotina diária é importante manter no mínimo 7 horas de sono.

5. Use a tecnologia a seu favor

Há muito debate sobre o uso da tecnologia na Educação, especialmente no potencial dos dispositivos eletrônicos em diminuir nossa capacidade de concentração. Mas é importante entender que esses equipamentos podem auxiliar na diminuição da procrastinação dos estudos, desde que utilizados com intencionalidade correta.

Há aplicativos que ajudam a gerir o tempo dos estudos, na manutenção de métodos de ensino e na concentração. Além disso, a inteligência artificial pode ser uma aliada na simplificação de tarefas, desde que utilizada de forma correta. (Texto: Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação Ecossistema BRAS Educacional)

5 anos depois: as consequências da pandemia na Educação

5 anos depois: as consequências da pandemia na Educação

Um olhar específico sobre o conjunto de mudanças que ainda permeiam o ensino mesmo após meia década da emergência sanitária

Era uma quarta-feira comum como todas as outras. Ou ao menos assim parecia. Mas no dia 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde declarava a pandemia de COVID-19, e com isso uma série de consequências. O que antes pareciam 15 dias excepcionais se converteram em meses de isolamento social, incluindo as salas de aula. Mas algumas coisas nunca mudaram, e certas consequências da pandemia na educação continuam mesmo após 5 anos, tanto negativas quanto positivas.

Para além da área profissional e de todos os outros aspectos alterados de nossas rotinas, a ideia de uma sala lotada no contexto de uma doença infecciosa transmissível por gotículas aéreas era inimaginável. De imediato, uma das primeiras consequências da pandemia na educação em todo o mundo foi a suspensão das aulas presenciais.

Algumas instituições de ensino, mais bem preparadas, habilitaram o modo de educação à distância de imediato. Outras somente suspenderam as atividades, mas foram obrigadas a retomá-las remotamente, já que os 15 dias se converteram num período muito maior. A partir disso, se iniciou uma corrida para a melhora no ensino remoto de modo antes nunca vista.

Mas as consequências da pandemia na educação foram muito além. Elas passavam pela falta de acesso à equipamentos digitais, à conexão de internet bando larga, as questões financeiras, econômicas e sociais. Muito foi devidamente resolvido na correria, e outros “ganchos” continuaram, com graves prejuízos na aprendizagem.

No entanto não houve só problemas. Historicamente, quando a humanidade passa por grandes desafios, ela dá saltos em desenvolvimento tecnológico e social. E isso aconteceu também na área educacional, com novas metodologias e formas de ensino que continuaram mesmo depois da emergência sanitária.

É com o olhar específico para as consequências da pandemia na educação de forma permanente é que buscamos juntos a docentes e especialistas as realidades, tanto boas como ruins, que ainda permeiam o campo educacional, mesmo após 5 anos desse fato histórico que marcou uma geração.

1. Saúde mental

Dos diversos problemas que vieram em conjunto com a pandemia, a crise de saúde mental foi um dos maiores deles. Desde os primeiros momentos das restrições sanitárias, especialmente da “quarentena”, as primeiras queixas foram relacionadas ao

bem-estar psicológico. As consequências profissionais e financeiras da pandemia também colaboraram fortemente para isso.

Em 2022, a Organização Mundial da Saúde divulgou um relatório em que mostrava o aumento na prevalência de casos de ansiedade e depressão em 25% em todo o mundo. Essa crise de saúde mental foi sentida também de modo especial nas instituições de ensino, que perceberam um aumento do estresse entre estudantes e docentes.

Uma pesquisa feita em parceria da Secretaria de Educação do estado de São Paulo com o Instituto Ayrton Senna, também em 2022, mostrava que 2 em cada 3 estudantes do ensino público do estado apresentavam queixas relacionadas à saúde mental. Uma outra pesquisa da Universidade Federal da Bahia (UFBA) com cerca de 509 alunos da graduação mostrava que 78,6% deles tinham algum desconforto mental.

O pedagogo e docente do Centro Universitário UniFACTHUS, Bruno Pereira, concorda que o isolamento social provocou o aumento de doenças mentais já antes conhecidas pela comunidade escolar, mas não em níveis tão elevados quanto os verificados hoje. Para ele, isso prova o quão importante é a interação social no processo de aprendizagem. Atuante tanto no ensino superior quanto fundamental, ele sente isso em todos os ambientes.

“Há alguns dias uma colega docente de uma turma com alunos em torno dos 5 anos se queixava de percebê-los muito imaturos, e eu destaquei que esses alunos dela são hoje as crianças que nasceram na pandemia. São alunos que passaram entre dois e três anos isolados”, argumenta.

Para reverter esse quadro, as instituições de ensino devem estar atentas aos sinais de estresse e adoecimento tanto entre alunos quanto entro professores, e incluírem a Educação Socioemocional em suas abordagens pedagógicas. É um trabalho longo e difícil de recuperação que não deve ser minimizado ou menosprezado.

2. O ensino à distância

Antes de 2020, havia uma forte aposta pela expansão da educação à distância por parte de muitos especialistas e instituições de ensino, mas nada realmente comparável ao cenário atual. A ideia inicial era a de que, aos poucos, com a expansão da modalidade e o êxito na formação de estudantes e profissionais, nos converteríamos de maneira gradual ao ensino remoto.

Mas a pandemia mudou o cenário de forma abrupta. Se antes era opcional estudar e lecionar remotamente, naquele momento já era “obrigatório”. A desconfiança que muitos tinham da eficácia desse modelo acabou sendo colocada a prova de maneira muito mais abrangente e inesperada, e a expansão do EaD é uma das maiores consequências da pandemia na educação.

Toda essa emergência já era sentida quando o Censo da Educação Superior de 2021 mostrava um crescimento de 474% de cursos universitários à distância na década anterior. Era óbvio, no entanto, associar esses resultados impressionantes com o período imediatamente anterior, já que a pandemia se iniciou em 2020. Mas os índices se sustentaram nos anos seguintes.

Já no Censo da Educação Superior de 2023 – o mais recente divulgado até agora – houve uma retração de 49 mil vagas presenciais no ensino superior brasileiro, ao mesmo tempo que um crescimento de mais de 600 mil remotas. O resultado foi um crescimento de mais de 700% na década anterior. Ainda de acordo com os dados, os cursos de licenciaturas são esmagadoramente remotos, ultrapassando os 80%.

Tal cenário mostra que os estudantes e docentes vêm adotando fortemente a modalidade a distância, seja de forma total ou híbrida, e com isso há novos desafios para o campo educacional, já que ao facilitar o acesso à educação de qualquer ponto com conexão à internet, vencemos distâncias e desafios estruturais e logísticos imensos, num país gigante e desigual.

No entanto é sempre importante entender que uma nova modalidade de ensino também requer outros focos de atenção, como a eficácia dessa formação, a disciplina e colaboração dos alunos, assim como as novas abordagens pedagógicas. Estar em sala de aula é diferente de estar em um ambiente virtual, para todos os envolvidos nesse processo de formação.

Para o professor do Centro Universitário UniFACTHUS, Roberto Campos, a familiarização com ferramentas digitais é um aspecto muito positivo que a pandemia deixou no ensino. “Enriqueceu o processo educativo como um todo. Tanto alunos quanto professores tiveram que desenvolver habilidades digitais tecnológicas que, hoje em dia, ambos dificilmente conseguiriam ficar sem”, explica.

O pedagogo Bruno Pereira também concorda como ponto positivo a adoção de ferramentas digitais antes não amplamente utilizadas, mas para ele as vantagens, com a flexibilização do ensino como ponto destaque entre as consequências da pandemia na Educação. Nesse sentido, também houve o desenvolvimento da autonomia dos alunos no processo de aprendizagem.

“Muitos alunos desenvolveram essa habilidade de maior autonomia na aprendizagem naquela época, e que continua até hoje. Eles tiveram que aprender a gerenciar melhor o seu tempo, naquele momento que o estudo não tinha a supervisão direta do professor”, expõe.

3. Acesso à tecnologia

O ensino à distância não existe sem conexão à internet, e portanto o acesso à tecnologia, conexão e dispositivos digitais está diretamente relacionada à expansão do ensino remoto. Mas isso não era simples no início da pandemia, e logo os problemas surgiram.

No início, o questionamento era por onde as aulas se dariam. Assim, ferramentas como o Google Meet, Zoom, e o Microsoft Teams, que antes tinham caráter ainda experimental para a maioria dos educadores, se tornaram imediatamente fundamentais. Outras ferramentas para auxiliar na dinâmica das aulas também foram incorporadas com rapidez.

“Quando a pandemia começou, eu trabalhava numa pasta da secretaria municipal de educação, na diretoria de ensino aqui da cidade, e foi tudo muito complexo porque nós não achávamos na literatura nada semelhante. Tivemos realmente que reinventar”, diz Bruno.

Além da questão das ferramentas e metodologias a se adotadas, os educadores esbarravam ainda num velho problema do país: a desigualdade no acesso a serviços. Com uma diferença socioeconômica tão acentuada, professores e estudantes com melhores condições financeiras tinham melhores dispositivos tecnológicos e acesso à internet, enquanto os mais pobres agonizavam.

Esse abismo no acesso às tecnologias afetava diretamente o rendimento dos alunos, num país que tem como forte missão garantir o acesso à educação de qualidade para vencer a forte desigualdade de renda. Não garantir esse acesso significaria, automaticamente, retroceder um trabalho de décadas de esforços da educação brasileira.

O cenário desafiador foi muito aliviado pelos esforços conjuntos de professores, alunos, responsáveis e autoridades governamentais para garantir esse acesso. Com o fim da pandemia, muitos também retornaram ao presencial, o que aliviou parte dessa tensão. Mas como a tecnologia na educação pós-pandemia evoluiu para a inclusão de ferramentas digitais de forma irreversível, o acesso à tecnologia se tornou ainda mais relevante no ambiente educacional.

Dados do IBGE mostram que em 2023 92,5% das residências brasileiras tinham acesso à internet banda larga, variando entre fixa e móvel. No entanto enquanto nas áreas urbanas o acesso era de 94,1%, e na área rural era de 81%. Há também algumas diferenças entre as regiões do país, embora sejam pequenas. Mas a desigualdade de acesso entre o campo e a cidade está diminuindo, saindo de 40% em 2016 para 13,3% em 2023.

“Agora é muito importante trabalhar para reduzir as desigualdades de acesso”, explica o professo Roberto Campos. O encontro desse cenário com a incorporação de novas tecnologias de forma permanente, como a chegada da inteligência artificial no ensino, requer também uma reflexão mais aprofundada da comunidade escolar sobre como utilizar melhor esses recursos, de acordo com o especialista.

“Não tenho dúvidas de que a pandemia nos ensinou muito sobre resiliência e adaptação. O desafio agora é encontrar um equilíbrio entre os benefícios das inovações tecnológicas e a importância das interações presenciais”.

Mas o professor Bruno Pereira é um pouco menos otimista. Para ele, ainda há grande desigualdade de acesso a tecnologia, e isso a pandemia deixou marcas profundas na

educação do país, como a desfasagem escolar, em que parte dos alunos não recuperaram os prejuízos dos conteúdos perdidos, e a evasão escolar, já que muitos deles perderam o vínculo com a escola.

“Alguns estudos e as próprias avaliações do Ideb nos mostram que houve sim um retrocesso na aprendizagem, principalmente nas redes de educação que não se preocuparam em ter um plano claro e efetivo de recomposição dessas aprendizagens no pós-pandemia”.

Por outro lado, ainda falando em tecnologia, ele destaca que, por parte dos docentes, um ponto positivo foi a capacitação de professores para o ensino digital. “Até então nós não tínhamos essa capacitação, e com o cenário da pandemia isso mudou”.

4. Sobrecarga aos docentes

Muito se fala sobre a saúde mental dos alunos no pós-pandemia, e a importância da inclusão da Educação Socioemocional no currículo escolar, mas pouco se fala sobre as saúdes mental e física dos docentes. Afinal, os grandes responsáveis pela implementação das mudanças no ambiente de ensino foram eles.

Esse cenário em que os professores tiveram que se adaptar a uma rotina completamente diferente, prestar suporte de maneira árdua e ainda atuar muitas vezes tanto na modalidade presencial quanto remota provocou uma grande sobrecarga sobre os docentes, que é citada tanto pelo professor Roberto quanto o professor Bruno.

Para o professor Bruno, além dos esforços da adaptação ao ensino remoto, muitos professores também arcaram como os custos financeiros dessa nova modalidade de ensino. Já Roberto explica uma combinação de fatores que precarizaram o trabalho do docente na pandemia e que permanecem até hoje.

“Já testemunhei vários casos de sobrecarga docente. Os professores têm lidado com dupla jornada de trabalho, combinando presencial e virtual, e uma forte pressão por resultados e demandas por atualização constante em tecnologia. Isso tem levado a casos de síndrome de burnout e crises de ansiedade”, destaca.

Esse panorama apresentado pelos professores coincide com os números apresentados por diversos estudos sobre o tema. Em uma pesquisa de 2023 realizada pelo Ipec e feita com docentes brasileiros, cerca de 71% deles se diziam estressados. Um outro estudo da Unifesp mostra que cerca de 1 a cada 3 professores tem queixas e sintomas de esgotamento.

Para especialistas, o caminho para uma melhora no cenário da qualidade laboral e de vida como um todo dos docentes passa pela conscientização do problema por parte da instituições de ensino. Nesse sentido, é preciso reconhecer a existência do problema, conhecer as queixas dos professores, dar um suporte maior aos profissionais e entender que a saúde mental no campo educacional envolve a todos, e não somente os alunos.

Mas os professores também conquistaram algo muito bom. Para Bruno Pereira, na pandemia se iniciou algo que se manteve até hoje: a valorização do protagonismo do professor no cenário escolar. “As famílias e as comunidades puderam perceber o quão impactante é a função de um professor na vida de um aluno. Os pais perceberam isso, e eu acho que começou aí um movimento de valorização docente importante”. (Texto: Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação Ecossistema BRAS Educacional)

4 dados sobre o consumo de álcool no Brasil

4 dados sobre o consumo de álcool no Brasil

País está entre os maiores consumidores de bebidas alcoólicas do mundo. Janeiro Branco é oportunidade para repensar consumo.

Atenção: esse texto trata de assuntos sensíveis sobre saúde mental. Caso sinta algum desconforto sobre a temática, você pode optar por retornar em algum outro momento. Além disso, se precisar de ajuda, pode contar com o apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV), clicando aqui ou ligando 188. O serviço é grátis e funciona 24h, todos os dias da semana.

Ao falarmos em consumo de drogas no Brasil, automaticamente remete-se ao imaginário de pessoas consumindo substâncias ilegais, perigosas, altamente viciantes e com sérios prejuízos sociais e na saúde. No entanto, poucas pessoas se atentam que o elevado consumo de álcool no Brasil também tem efeitos devastadores, mesmo sendo lítico e com alta aceitação social.

De acordo com levantamento do Centro de Informações sobre Saúde do Álcool (CISA), cerca de 17% da população abusa do consumo de álcool no Brasil. No entanto, entre os que se encontram nessa situação, 75% acreditam que seu consumo é moderado. Para verificar essa disparidade, o estudo buscou debater os números entre a percepção pessoal de consumo e o padrão estabelecido pela instituição para abuso da substância.

Para indicar se o consumo é abusivo, os especialistas do CISA estabelecem que homens devem consumir mais de 2 doses de 14g de álcool ao dia, ou 14 doses semanais. No caso das mulheres, esses consumos são de uma dose diária ou 7 doses semanais. Além disso, é recorrente que pessoas com vícios relacionados ao álcool não percebam ou neguem. qualquer tipo de consumo abusivo.

A psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da UniBRAS Quatro Marcos, Aline Esther, explica que os fatores para o consumo excessivo e consequente desenvolvimento do alcoolismo passam por vários aspectos, assim como as consequências da doença.

“Tanto o fator psicológico, como aspectos emocionais envolvidos na causa, manutenção e consequências, e também o ambiente social e cultural, assim como o aspecto físico e fatores genéticos, estão relacionados ao desenvolvimento do alcoolismo”, aponta.

Como o consumo de álcool no Brasil é normalizado, uma boa maneira de se estar atento a isso é monitorar melhor seu consumo pessoal e de pessoas próximas. Com foco no Janeiro Branco, campanha de conscientização sobre o consumo de álcool, separamos 4 dados sobre o consumo de álcool no Brasil.

1. Início precoce

Como um personagem comum da cultura brasileira, incluindo em ambientes familiares, o álcool costuma entrar muito cedo na vida dos brasileiros, com o elevado consumo de álcool no Brasil entre menores de idade.

Cerca de 34,6% dos estudantes brasileiros entre 13 e 17 anos já experimentaram álcool, e 21% consumiram bebidas alcoólicas no último mês. Os dados são do IBGE, por meio da Pesquisa Nacional de Saúde na Escola, em 2019.

2. Elevado consumo per capita

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o consumo de álcool no Brasil é de cerca de 7,7 litros por pessoa ao ano, muito superior à média global de 4,9 litros anuais per capita. Os dados são os mais recentes divulgados pela entidade em 2024, e se referem ao consumo de pessoas acima de 15 anos no mundo todo.

3. Consumo excessivo periódico

Como já mencionado acima, um dado muito importante para monitoramento da ingestão de bebidas alcoólicas e alcoolismo é a quantidade do uso da substância em uma única ocasião, o também conhecido como binge drinking.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2019), cerca de 26% da população adulta consome 5 ou mais doses de álcool em uma única ocasião, pelo menos uma vez ao mês. Essa prática é mais comum entre homens jovens, entre 18 e 34 anos.

4. Impacto na Saúde Pública

Com o alto consumo de álcool no Brasil, elevam-se também os prejuízos na saúde, segurança e financeiros. Um exemplo clássico disso é o álcool estar relacionado a 55% das mortes por acidentes no trânsito, mesmo o código de trânsito do país tendo tolerância zero para a condução alcoolizada.

Os dados do Ministério da Saúde também mostram que o consumo de álcool no Brasil está relacionado a 30% dos casos de violência. A saúde pública também é afetada com a alta incidência de doenças relacionados ao consumo excessivo, como cirrose hepática e os mais variados tipos de câncer.

Em todo o país uma pessoa morre a cada 2 horas por casos de saúde plenamente relacionados ao álcool. Outros 25% de casos de tentativa de suicídio estão relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas em até 6 horas anteriores. Ao todo, o Ministério da Saúde calcula que são gastos aproximadamente R$ 100 milhões por ano com internações relacionadas ao consumo excessivo de álcool.

E se eu sentir que meu consumo é excessivo?

Nesse caso, o que vale mesmo é refletir sobre o consumo, e tentar diminuí-lo. O consumo consciente pode ser a chave para que se consiga ter uma relação mais

saudável com o álcool, sem estabelecer uma relação de dependência. Mas se o tópico de desconfiança for mais avançado e estiver relacionado ao alcoolismo em si, é importante se atentar ao sinas, e isso vale tanto para si quanto para pessoas próximas.

A psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da UniBRAS Quatro Marcos, Aline Esther, explica que o alcoolismo traz alguns sinais de alerta importantes, como consumir álcool em locais e horários inadequados, apresentar forte resistência à substância e ter uma maior incidência de comportamentos de risco, violência e alterações de humor relacionadas a bebida.

Uma outra chave para se entender melhor a relação com o consumo de álcool é observar o comportamento com a retirada das bebidas. O alcoólatra terá uma resistência muito forte e rápida reação, não conseguindo se afastar do álcool por muito tempo. Sintomas relacionados a abstinência completam os sinais, como tremores e irritabilidade.

Nesses casos, buscar ajuda é fundamental, sendo um profissional de saúde mental o mais apropriado para verificar o diagnóstico e conduzir o tratamento. No sistema de saúde pública, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são preparados para atender esses casos. Além do mais, os conhecidos Alcoólatras Anônimos (AA), são excelentes centros de acolhida. O tratamento pode ser psiterapêutico e também medicamentoso.

A docente explica, no entanto, que a maior dificuldade é o paciente identificar em si os sintomas, tanto pela normalização do consumo de álcool no Brasil, que suaviza os sinais de alerta, quanto porque, para que o tratamento seja efetivo, é fundamental que a pessoa com a condição reconheça que precisa de ajuda, o que é difícil de acontecer.

“Até que a pessoa chegue a essas instituições, a situação pode estar relativamente agravada. A rede de apoio é muito importante, os amigos e familiares. É importante todos estarem atentos aos comportamentos e condição do sujeito para fornecer acolhimento e ajuda, sendo isso de extrema importância”. (Texto: Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação Ecossistema BRAS Educacional)

Atenção: esse texto trata de assuntos sensíveis sobre saúde mental. Caso sinta algum desconforto sobre a temática, você pode optar por retornar em algum outro momento. Além disso, se precisar de ajuda, pode contar com o apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV), clicando aqui ou ligando 188. O serviço é grátis e funciona 24h, todos os dias da semana.

5 dicas para lidar com a ansiedade antes das provas

5 dicas para lidar com a ansiedade antes das provas

Final de semestre e a perspectiva das férias se aproximando deixa a comunidade acadêmica aliviada. Estudar é importante, mas inegavelmente cansativo. Só que antes do merecido descanso há a temida temporada de avaliações finais, e muitos estudantes acabam se deixando levar por esse nervosismo. Pensando nisso, listamos 5 dicas para lidar com a ansiedade antes das provas.

Na verdade, grande parte da ansiedade antes das provas pode ser reduzida não acumulando todos os estudos para o período de avaliações. O hábito de estudo espaçado, ou seja, estudar regularmente todo o semestre, revisando os conteúdos nos pós aula, pode ser extremamente útil nesse sentido, além de auxiliar a absorver melhor o aprendizado, não precisando decorar o conteúdo.

A psicanalista e coordenadora do curso de Psicologia da UniBRAS Quatro Marcos explica as vantagens em não deixar tudo para o final do semestre. “Estudar pouco a pouco ao longo do semestre é mais eficiente do que acumular todo o conteúdo nos dias que antecedem a prova. Essa prática, conhecida como aprendizado espaçado, ajuda a consolidar o conhecimento e reduz o estresse de última hora”, argumenta.

No sentido de alivio para lidar com ansiedade antes das provas, a psicologa da UniBRAS Montes Belos, Suzy Souza, também alerta que é importante não acumular conteúdos para a semana de provas, nem ter um olhar obsessivo por resultados a qualquer custo.

“É preciso manter o foco no processo, não apenas no resultado, lembrar que o aprendizado é uma jornada. Essa mentalidade ajuda a aliviar a pressão e reduz a autocrítica excessiva”, explica.

Pensando nisso, apresentamos aqui 5 dicas para lidar com a ansiedade antes das provas.

1.Organize um cronograma

Grande parte da ansiedade antes das provas pode ser resultado de um processo de desorganização. Isso porque o acumulo de matérias para o estudo e a rotina de avaliação podem gerar uma sensação de demandas em excesso. Essa sensação pode facilmente ser aliviada com um cronograma bem organizado de estudos.

Organizando um cronograma realista, estabalecendo tempo adequado para estudar os conteúdos, seus resultados podem ser mais positivos. Tambem vale utilizar mapas mentais e rascunhos. Alem disso, vale ainda ter em mãos um planner ou aplicativos úteis para gestão de conteúdo e tempo.

2. Tenha foco no processo

É óbvio que os bons resultados são importantes, mas eles são serão alcançados se o foco for somente neles, e não nos estudos em si. Manter a atenção no processo do

estudo pode ajudar que você se concentre no que mais interessa, e que sua ansiedade antes das provas diminua.

Além disso, é importante entender que aprender não deve ser sinônimo de decorar conteúdo. Se atentar em aprender conceitos e saber explica-los é mais útil nos processos avaliativos do que simplesmente decora-los.

3. Tenha hábitos saudáveis

Quem nunca passou por uma experiencia em que estudou de forma excessiva e esqueceu o conteúdo na hora da prova? Esse tipo de ansiedade antes das provas pode gerar o tão formoso “branco”, em que a mente não conseque acessar os conteúdos que de fato interessam.

Por isso é essencial que, numa rotina de estudos saudável, sejam respeitadas as horas de sono – fundamentais para a boa saúde cognitiva, e também uma alimentação equilibrada, ingestão de água, prática de exercícios físicos e momentos de descanso e lazer.

4. Utilize técnicas para redução da ansiedade

A ansiedade antes das provas também pode estar relacionada ao processo que o estudante enfrenta em outras áreas da vida.Por isso, para além de garantir um boa rotina de estudos, é preciso estar atento com a redução da ansiedade em si. Para isso, existem técnicas de relaxamento e mindfullness poderosas.

O que não falta são aplicativos que auxiliem nesses processo. O importante é buscar aqueles exercícios mais úteis para o seu relaxamento, e praticá-los com reguralidade.

5. Se preciso, busque ajuda profissional

Ãs vezes, mesmo com todos os cuidados e rotinas bem estruturadas, o estudante precisa de um “empurrãozinho”. É importante entender que a ansiedade é uma questão de saúde mental comum, e que existe ajuda profissional para solucionar isso.

É perfeitamente normal precisar de ajuda, e é importante buscá-la sem qualquer sentimento de culpa. Para isso, a psicoterapia, feita com um psicólogo clínico, pode ser um passo importante para desfrutar de melhores resultados tanto nos estudos quanto em outras áreas da vida. (Texto: Bruno Correa – Assessoria de Comunicação Ecossistema BRAS Educacional)

5 sintomas simples do câncer

5 sintomas simples do câncer

Pra além de sintomas complexos, doença pode dar sinais corriqueiros, principalmente no início

Na campanha do Outubro Rosa, o câncer de mama ganha destaque, assim como o autoexame e a mamografia, por ser o câncer mais comum entre mulheres no Brasil. Já no Novembro Azul, o maior destaque é o câncer de próstata. Mas falando sobre câncer no geral, existem outros sintomas simples do câncer que podem afetar qualquer tipo da doença.

Com a rotina corrida e as exigências infinitas de desempenho, muitos acabam não prestando atenção aos sintomas simples do câncer. Mas estar atento aos sinais do corpo é importante para prevenir uma das doenças que mais matam no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é de 704 mil casos de câncer por ano no país.

Entre as mulheres, o câncer de mama é o mais comum, com cerca de 74 mil casos por ano. Já entre os homens o câncer de próstata predomina, com 72 mil casos anuais. Nos dois, o diagnostico precoce aumenta consideravelmente as chances de cura, e os exames preventivos anuais – a mamografia no caso das mulheres e o exame de próstata nos homens – são fundamentais.

É justamente por essa necessidade de atenção à saúde que as campanha do Outubro Rosa e Novembro Azul focam na necessidade em cuidar de si mesmo. O docente e coordenador do curso de Enfermagem Célio Pereira, alerta para a diferença entre sinais e sintomas do câncer.

“O sinal é uma manifestação que pode ser vista e checada por outra pessoa, como uma febre, por exemplo. Já o sintoma é algo sentido somente pela pessoa, como a dor”, destaca. O professor explica ainda que esses sintomas podem variam de acordo com o tipo do câncer.

Mas para além dos cânceres mais comuns, existem alguns sintomas simples do câncer que podem ser comuns a todos ou a maioria das incidências da doença, e que não são destacados no dia-a-dia. Nem de longe esses sintomas significam necessariamente um diagnóstico de câncer, mas são sinais de alerta para buscar um médico.

1. Cansaço constante

Parece banal, mas sentir uma sensação de cansaço e fadiga constante pode ser um dos sintomas simples do câncer. Isso acontece porque muitas pessoas com a doença costumam ter diminuição dos glóbulos vermelhos, o que diminui a oxigenação no sangue.

Sangramentos, anemia e eliminação de sangue pelas fezes faz parte desse déficit dos glóbulos vermelhos no sangue, por isso é importante estar de olho nas fezes. Em casos avançados, é comum que pessoas com câncer tenham cansaço ao acordar, mesmo com uma noite de sono.

As razões para esse cansaço são diversas, mas principalmente pela alta demandas de calorias que o desenvolvimento de células cancerígenas exige, como também a eliminação de substâncias tóxicas no corpo.

2. Emagrecimento repentino

Há quem gostaria de ter uma perda de peso rápida, mas perder massa corporal de forma expressiva sem dieta e intensificação da atividade física é sinal de alerta pra várias condições de saúde, inclusive um dos sintomas simples do câncer.

Esse emagrecimento tem a ver com as mudanças metabólicas provocadas pelo crescimento constante de células cancerígenas, que demandam uma grande queima de calorias.

3. Inchaços

Um dos sintomas simples do câncer pode se manifestar por inchaços em regiões específicas do corpo. Um dos mais comuns é na barriga, que pode ou não acompanhar outros sintomas nos sistemas digestivo e urinário, como alterações nas fezes e urina, e também dor na região.

Outro ponto comum de inchaço em casos da doença é na região das ínguas, como virilha, axilas e pescoço. Além disso, câncer de mama pode apresentar inchaço na região mamária, assim como nos homens o câncer de testículo provoca inchaço na região.

4. Manchas

Aparecer com manchas na pele pode ser encarado com pouca seriedade pela maioria das pessoas, ou mesmo passa desapercebido, mas também pode ser um sintomas simples do câncer.

No caso do câncer de pele é muito comum que manchas se tornem maiores ou mais escuras, e também apareçam com cicatrizes e sangramento. Porém, manchas escuras, avermelhadas ou amarelas, além de aspecto aspero, coceira e dor nessas manchas, em muitas regiões do corpo, são sinais de alerta.

5. Dor que não passa

Embora pareça óbvio, é muito comum que no dia-a-dia se ignore dores, que tendem a ser encaradas como passageiras. Mas ter uma dor constante, que não passa com medicações é um sinal de alerta do corpo para várias condições, incluindo o câncer. (Texto:Bruno Corrêa – Assesoria de Comunicação Ecossistema Bras Educacional)

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