Mulheres: quando o assunto é equidade, onde estamos?

Mulheres: quando o assunto é equidade, onde estamos?

Números colocam em cheque visão de que estamos avançados em garantir os direitos femininos 

Parece não ser muito palatável hoje, do ponto de vista da percepção social majoritária, elencar discursos de superioridade masculina de forma aberta e irrestrita. Embora o sexismo ainda exista – e incomode muita gente, séculos de luta feminista parecem ter cooptado a opinião pública o bastante para derreter argumentos assumidamente machistas e contra os direitos das mulheres. De forma direta, se levantar contra os direitos femininos parece retrógrado, e por isso, sujeito a desprezo e rejeição.

Mas se a visão for ampliada, não é difícil perceber claras exceções à regra. Todos os dias, mulheres de todas as partes do mundo, mesmo das regiões mais progressistas, estão sujeitas ao preconceito, à discriminação e à discursos de ódio. Para além dos exemplos absurdos de exploração, assédio e abusos, e de forma mais contida, dos malefícios do preconceito velado, baseado em suposições infundadas, que precisam ser desconstruídas; não é difícil perceber que, por trás de discursos aparentemente avançados, existe ainda um abismo quando o assunto é equidade entre homens e mulheres.

No debate sobre a situação das mulheres, a Organização das Nações Unidas (ONU) provocou espanto há algumas semanas ao apontar que, para um perfeito equilíbrio entre homens e mulheres no planeta, no ritmo empregado atualmente, serão necessários cerca de 300 anos. A conclusão da instituição vem na esteira de novos estudos que apontam desigualdades estrondosas, falta de acesso à educação e meios de comunicação, como a internet; além de hábitos sexistas, abusivos e excludentes e políticas públicas discriminatórias, muitas vezes reforçadas pelo fundamentalismo religioso. 

Os estudos da ONU apontam uma desaceleração na implementação de equidade de gênero, sobrepondo os saltos da segunda metade do século 20 à uma leniência desses mesmos avanços nas primeiras décadas do século 21. A conclusão é que estamos retrocedendo, e isso é o inverso da percepção social e da ideia vendida pelos setores público e privado.

 

Números 

Detalhando melhor seu estudo, o documento da ONU aponta fatores que travam o avanços em relação ao equilíbrio entre os gêneros. Cita explicitamente a situação das mulheres no Afeganistão, sob o regime do talibã; o retrocesso de direitos reprodutivos e sexuais, e a fraca inclusão de mulheres no mercado de trabalho, inclusive em áreas muito importantes para a inovação tecnológica.

Olhando de forma mais específica para o Brasil, a equidade também é uma pauta espinhosa. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (PNAD) de 2019, as mulheres formam 51,8% da população brasileira. No entanto, de acordo com estudo da FGV, em 2021, a taxa de ocupação feminina no mercado de trabalho era cerca de 20% inferior que a masculina.  

O mesmo acontece no espectro político: enquanto as mulheres brasileiras formaram cerca 53% do eleitorado no pleito de 2022, elas representaram somente 33% dos candidatos, e  18% dos parlamentares eleitos. Sendo maioria dos eleitores desde os anos 1990, e apresentando crescimento de 2,2% no número de candidaturas femininas em 2022, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), essa alta está apresentando sinais de enfraquecimento, considerando que o crescimento foi de 13,3% de 2014 a 2018, e de mais de 60% no período entre 2010 e 2014. 

No poder executivo, a gestão atual apresenta o recorde de 11 ministras, mas longe das 19 que seriam necessárias para ter igualdade aos homens num universo de 38 ministérios. Dos 38 chefes de Estado do Brasil até hoje, entre eleitos democraticamente ou empossados por movimentos revolucionários, golpes ou ditaduras, houve somente uma mulher. No Judiciário, o Superior Tribunal Federal tem somente 2 ministras, com outros 9 ministros homens. 

Mesmo sendo maioria na educação, com a virada verificada na década de 1990, elas ainda se destacam menos que os homens, ainda que mais qualificadas. Em 2020, quase 668 mil mulheres concluíram uma graduação no ensino superior no país, contra cerca de 260 mil homens, de acordo com o Ministério da Educação. Porém, segundo o IBGE, somente 23% dos cargos de diretoria e gerência no país são ocupados por elas. 

Ainda de acordo com estudos da consultoria IDados, com base nos estudos do IBGE, mulheres ganham cerca de 20% menos que os homens no país. Para efeito de comparação, é como se, todos os anos, as mulheres trabalhassem cerca de 74 dias de graça, exercendo o mesmo cargo e as mesmas funções que os funcionários masculinos. Segundo o relatório Global Gender Gap Report 2020, do Fundo Monetário Internacional, o Brasil ficou na 130ª posição dentre 153 países quando o assunto foi igualdade salarial entre homens e mulheres. 

 

Desigualdade como regra

Interpretar os números pode parecer difícil, mas é importante entender também o histórico de desigualdades que as mulheres enfrentaram. Desde o início da humanidade, a maioria das civilizações trataram as mulheres com inferioridade. E foi assim também nas sociedades ocidentais. Desde a antiguidade, por exemplo, nas primeiras democracias, sejam a grega ou a romana, as mulheres não eram consideradas cidadãs. Nas idades média e moderna o quadro não foi diferente. 

“Desde as primeiras revoluções burguesas, seja a Revolução Francesa, a Industrial na Inglaterra e a guerra civil americana, em que começaram a surgir o conceito de que todos são iguais perante a lei, esse todos não incluía as mulheres”, explica Fernanda Ferreira Carvalho, mestre em Direito e professora na disciplina de Direito Processual Civil na UniBRAS Santa Inês. De acordo com ela, mesmo dentro do conceito de igualdade, existia um recorte que não incluía mulheres, e muitas vezes também havia recortes de raça, sendo considerados como cidadãos somente homens brancos e proprietários de terra. 

Exemplificando essa exclusão histórica, a professora cita o caso da revolucionária francesa Olympe de Gouges. Apesar das mulheres das camadas mais populares terem puxado a multidão ensandecida da capital francesa até o Palácio de Versalhes, residência oficial do monarca francês, invadindo seus aposentos e obrigando que ele assinasse a chamada “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”, que dava à todos os direitos sociais e políticos igualitários, as mulheres não foram formalmente agraciadas pela “liberdade, igualdade e fraternidade” pregados como ideais do movimento. 

Todos esses direitos na verdade abrangiam somente os cidadãos do sexo masculino, e as mulheres revolucionárias foram duramente reprimidas, inclusive suas organizações políticas, e empurradas para atividades domésticas. Olympe de Gouges, no entanto, questionou fortemente essa incoerência, publicando a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, um manifesto que expunha fortemente o esquecimento e desprezo da socidade em reação às pessoas do sexo feminino. 

Mesmo apesar da posição social privilegiada, de Gouges não conseguiu levar o ativismo adiante. “Quando ela exigiu da Assembleia Nacional que os mesmos direitos dos homens também deveriam se estender às mulheres, ela foi guilhotinada”, conta a professora. Para ela, essa não foi a única vez que os avanços sociais não reconheceram as mulheres como cidadãs, apontando que os direitos das mulheres sempre são reconhecidos de forma tardia. 

“Quando as mulheres puderam votar no Brasil, elas precisavam de autorização dos pais ou maridos e sua solicitação era apreciada por um juiz, quem decidia se ela poderia mesmo votar”. Assim, só quando a mulher provasse que era, de fato, estudada e influente, seu direito era permitido. “Isso expôs um recorte em que mulheres não educadas, de famílias pobres e não brancas não tinham o direito ao voto”, explica Fernanda.

Esse universo em que homens e mulheres não compartilham de igualdade também diz respeito ao espaço que a sociedade coloca os papéis de gênero, de acordo com a professora Carolina Almeida, psicanalista e docente da UniBRASÍLIA Goiás, em São Luís dos Montes Belos. Trazendo o olhar de Freud, ela explica que o teórico não falava em gênero, mas baseava seus estudos na sexualidade humana, que considerava complexa e não limitante à anatomia do corpo. “Ser homem ou ser mulher é uma construção. A sociedade cria uma identidade baseada em estereótipos”, argumenta.

“Com base em dualidades normativas, se eu sou mulher, de acordo com a sociedade, preciso ser o sexo frágil, passiva, emotiva, e honrar o homem”. Por outro lado, ela explica que o homem é visto como mais racional, mais forte. “Essas identidades normativas causam uma série de sofrimentos no sujeito, incluindo essa desigualdade de direitos. No caso das mulheres, é como se, por elas passarem pela gestação, fossem sinônimos de atraso nos locais em que ocupam”. 

Nesse cenário normativo, a solução vista pela psicanálise é evidenciar que homens e mulheres conseguem ocupar os mesmos espaços, apesar das diferenças anatômicas, abrindo assim eventuais fronteiras que impedem que os gêneros possam alcançar a equidade. “Por vivermos em uma sociedade cristã, burguesa e misógina, a própria religião barra essa discussão”, conta. 

“O caminho pela igualdade passa por trazer um convívio entre as pessoas, independente do gênero delas, onde todas possam não fundamentar suas vidas em torno de um poder central, de uma sociedade tirânica que oprime nossos desejos, mas sim discutir e organizar espaços de igualdade de direito e escolhas. Dessa forma, podemos estabelecer vivências singulares e subjetivas, onde todos podem viver de acordo com suas próprias escolhas, não se submetendo às escolhas alheias”. 

 

(Texto: Bruno Corrêa/ Revisão: Maria Carolina Santana – Assessoria de Comunicação do Ecossistema Brasília Educacional)

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Cidadania: maioria da população, mulheres lutam para ocupar espaços de poder dominados por homens

Cidadania: maioria da população, mulheres lutam para ocupar espaços de poder dominados por homens

Seja em áreas como educacional, profissional ou política, participação feminina ainda tem expressão minoritária no balanço dos poderes.

Se do ponto de vista demográfico as mulheres formam a maioria, essa não é a realidade em todos os nichos da sociedade. Quando analisamos melhor os dados sobre a presença das mulheres em alguns espaços, percebemos grandes vazios femininos. Essas lacunas são especialmente mais perceptíveis em espaços de maior poder e prestígio. É para preencher esses espaços que a luta pela equidade passa por dar às mulheres a representatividade que elas precisam, e com ela a liberdade e autonomia que as tornam de fato cidadãs.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (PNAD) de 2019, as mulheres formam 51,8% da população brasileira. No entanto, de acordo com estudo da FGV, em 2021, a taxa de ocupação feminina no mercado de trabalho era cerca de 20% inferior que a masculina. O mesmo acontece no espectro político: enquanto as mulheres brasileiras formam cerca 53% do eleitorado no pleito de 2022, elas representam somente 33% dos candidatos. 

Sem a devida representatividade nos espaços da vida pública, elas acabam sendo colocadas em segundo plano. E as consequências disso são o ciclo de desigualdades, violência e injustiças sociais que as mulheres estão sujeitas em uma sociedade patriarcal. 

 

Luta pela educação 

Não é novidade que a educação é uma das ferramentas mais eficazes de ascensão social. No caso das mulheres, o acesso a ela não foi fácil. Isso porque, no Brasil colônia, com forte influência católica, as mulheres não tinham espaço nas escolas e universidades. Elas só puderam frequentar a escola em 1827, em instituições exclusivamente femininas e com currículo voltado para a “educação doméstica”.

O direito a frequentar as instituições superiores só veio em 1879, e as mulheres necessitavam de autorização dos pais ou maridos. A partir dessa década as mulheres também conquistaram o direito de lecionar, e acabaram se tornando maioria dos professores do ensino básico já no início do século XX, como permanecem até hoje.

Hoje as mulheres são maioria na educação, sendo essa virada verificada na década de 1990. No ensino superior a disparidade é ainda maior: em 2020, quase 668 mil mulheres concluíram uma graduação no ensino superior no país, contra cerca de 260 mil homens, de acordo com o Ministério da Educação. 

No entanto, os espaços de poder continuam a ser majoritariamente masculinos. Enquanto elas são maioria dos estudantes em todos os níveis e maioria dos educadores na educação básica, no ensino superior as docentes formam somente 46,8%, aponta o IBGE. Mas é importante entender que as mulheres estão em tendência de crescimento nesse nicho também.

Na UniBRAS Pará, em Ourilândia (PA), a maioria feminina já é uma realidade em todos os nichos. De acordo com levantamento feito pelo diretor da instituição, o professor Patrick Bezerra, as mulheres são maioria na faculdade tanto entre os estudantes quanto na equipe administrativa. 

Orgulhoso da equipe feminina, ele destaca a qualidade da equipe da insituição. “São mulheres muito fortes, extremamente comprometidas com a causa da educação”, enfatiza.

Parte dessa equipe, a professora de Direito Penal e oficial de justiça Talita Dias Ribeiro argumenta que, historicamente, as mulheres sempre foram ensinadas a estarem no ambiente doméstico, e que sair desse círculo de desigualdade e romper com o patriarcado não é fácil. “O que para o homem é tido como natural, para nós mulheres só vem depois de muita luta, insistência, e ainda sujeitas a injustiças, machismo e preconceitos”. 

Para ela, a representatividade feminina é “inspirar outras mulheres a se identificarem e perceberem que não estão sozinhas, buscando assim seu reconhecimento e reparação histórica”. 

Voltando mais especificamente para o meio acadêmico, ela descreve a transformação que muitas alunas passam ao perceberem do que são capazes. “Quando essas alunas percebem que há professoras, gestoras, elas se sentem estimuladas a chegarem onde quiserem e incentivadas a perseguirem seus sonhos, quebrando noções estereotipadas no meio acadêmico de que mulheres não são capazes”, conta. 

Mas se as mulheres já são mais bem educadas que os homens, isso ainda não se reflete no ambiente de trabalho. Além de terem um percentual menor na força de trabalho que os homens, e taxas de desemprego superiores, as mulheres também tendem a ter cargos mais baixos e carreiras menos valorizadas. De acordo com o IBGE, somente 23% dos cargos de diretoria e gerência no país são ocupados por elas. 

Ainda de acordo com estudos da consultoria IDados, com base nos estudos do IBGE, mulheres ganham cerca de 20% menos que os homens. A disparidade é tão forte que, para efeito de comparação, é como se, todos os anos, as mulheres trabalhassem cerca de 74 dias de graça exercendo o mesmo cargo e as mesmas funções que os funcionários masculinos. 

Segundo o relatório Global Gender Gap Report 2020, do Fundo Monetário Internacional, o Brasil ficou na 130ª posição dentre 153 países comparados em relação a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função. 

Elas também são mais propensas a sofrer situações de assédio e violência no ambiente profissional. Cerca de 40% das mulheres já foram xingadas no ambiente de trabalho, contra 13% dos homens, e 40% já tiveram seu trabalho excessivamente supervisionado, contra 16% deles, segundo dados do Instituto Patrícia Galvão. Quando questionados, 92% dos participantes do estudo afirmaram que acreditam que mulheres sofrem mais situações de constrangimento no trabalho. 

 

Democracia não plural

Com tantas desigualdades no ambiente laboral, não é de se surpreender que no ambiente político esse padrão também seja seguido. No entanto, seguindo os números da política brasileira e a percepção de especialistas, o ambiente democratico é ainda mais problemático para a parcela feminina da população. 

Sendo maioria dos eleitores desde os anos 1990, as mulheres ainda são muito pouco representadas no meio político, formando hoje somente 14% do parlamento brasileiro. Em uma pesquisa da ONU de 2020, o Brasil fica em 140º lugar em representação feminina na política. 

Nas eleições de 2022, elas formam cerca de 33% dos candidatos, um percentual recorde. No entanto, mesmo apresentando crescimento de 2,2% no número de candidaturas femininas, de acordo com o TSE, e vir numa esteira de crescimento contínuo, essa alta está apresentando sinais de enfraquecimento, considerando que o crescimento foi de 13,3% de 2014 a 2018, e de mais de 60% no período entre 2010 e 2014. 

Do ponto de vista da legislação eleitoral, várias medidas têm sido tomadas para ampliar a pluralidade no meio político. Há no Brasil hoje uma lei que obriga uma cota de ao menos 30% das candidaturas de mulheres, colocando os partidos, que indicam as pessoas para as eleições, em estado de alerta. Mas isso não foi suficiente para aumentar a participação delas: muitas entraram em candidaturas laranjas, que acabaram impugnadas.

Para o pleito desse ano, está em efeito a Emenda Constitucional 117, que determina que, além das contas de participação, ao menos 30% do orçamento eleitoral dos partidos tem também que ser direcionado para as candidatas. A tentativa é frear um dos grandes obstáculos para a eleição de mulheres: o orçamento mais curto para a campanha eleitoral.

Vale lembrar que os candidatos, além de contar com o fundo eleitoral para custear suas corridas pela eleição, também podem dispor de doações por pessoas físicas – empresas são proibidas de doar – e também do seu próprio bolso. Nesse quesito as mulheres levam uma grande desvantagem, considerando que, historicamente, homens têm patrimônio maior que elas.

Segundo os dados do TSE, as candidatas deste ano têm, em média, 50% menos patrimônio que os homens. Especialistas defendem que essa desigualdade financeira tem impacto direto no desempenho das candidatas. 

 

(Texto: Bruno Corrêa/ Revisão: Maria Carolina Santana – Assessoria de Comunicação do Ecossistema Brasília Educacional)

Conheça 6 mulheres que transformaram a educação

Conheça 6 mulheres que transformaram a educação

Com papel fundamental, elas enfrentaram limitações como sexismo, preconceito e violência, tornando-se referências no Brasil e no mundo.

Encerrando o mês de homenagem às mulheres, reunimos neste post um pouco da trajetória inspiradora e marcante de Antonieta de Barros, Débora Seabra, Maria Montessori, Malala Yousazfai, Dorina Nowill e Mariazinha Fusari. 

Elas enfrentaram grandes desafios para romper limitações impostas ao fazer educacional de suas épocas.

Assim como nossas homenageadas já conhecidas, muitas mulheres provam que a presença feminina ocupa lugares diversos, amplos e significativos na construção de uma sociedade melhor a partir de diferentes vias da educação.  

De acordo com dados da Sinopse Estatística da Educação Básica 2021, as mulheres representam 79,28% da docência no ensino básico nacional. 

Esse percentual é ainda mais elevado na educação infantil: mulheres representam 97,26% do corpo docente em creches e 94,42% nas pré-escolas. 

No entanto, na educação superior, onde se concentram os melhores salários, o número reduz consideravelmente: professoras representam apenas 46,81% da docência. Os dados são da Sinopse Estatística do Ensino Superior 2020, o mais recente dado divulgado até agora.

É nesse cenário histórico e estrutural de disparidades, que grandes mulheres enfrentaram e ainda enfrentam desafios para construir novos caminhos da educação, olhando para a inclusão, a acessibilidade, os direitos humanos e a transformação social.

Conheça mais sobre a trajetória das representantes que escolhemos para homenagear:

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Antonieta de Barros

Jornalista, professora e política brasileira, Antonieta foi uma das primeiras mulheres eleitas no Brasil e a primeira negra brasileira a assumir um mandato popular. Tendo contribuído no parlamento, na imprensa e no magistério, foi uma ativa defensora da emancipação feminina e de uma educação de qualidade para todos, sendo ela quem criou o Dia do Professor – comemorado todo 15 de outubro.

Honesta, enérgica e humana, era respeitada e admirada por seu espírito de justiça. Tinha voz numa época em que as mulheres eram silenciadas.

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Débora Seabra

É a primeira professora com síndrome de Down no Brasil. Ela, que na época do curso de magistério fez greve para não entrar na sala de aula enquanto não fosse aceita como igual, rompeu o preconceito lutando e mostrando o poder da inclusão. 

A professora já rodou o Brasil e foi a outros países, como Argentina e Portugal, para dar palestras sobre o combate ao preconceito na sala de aula. Em 2013, lançou seu primeiro livro “Débora Conta Histórias”, recheado de fábulas infantis que tratam de forma sutil a tolerância, respeito e amizade. Em 2014 discursou nos Estados Unidos, em um evento na Organização das Nações Unidas (ONU). 

Em 2015, Debora Seabra ganhou o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, sendo a primeira pessoa com síndrome de Down a receber essa honraria. Já nas Paralimpíadas Rio 2016, ela foi a escolhida para a condução da tocha Olímpica. 

A professora também já recebeu a Medalha Tiradentes, maior honraria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), e o Prêmio CLAUDIA na categoria Trabalho Social. Em 2019, a Turma da Mônica a homenageou no projeto Donas da Rua.

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Maria Montessori

Foi uma educadora, médica e pedagoga. É conhecida pelo método educativo que desenvolveu e que ainda é usado hoje em escolas públicas e privadas.

Destacou a importância da liberdade, da atividade e do estímulo para o desenvolvimento físico e mental das crianças. Foi representante do movimento da Educação Nova, conseguindo desenvolver suas teorias de modo amplo e abrangente. Seu método pedagógico foi implementado considerando a criança, o ambiente e o educador, tendo como foco a educação sensorial – a base da educação intelectual.

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Malala Yousazfai

Militante dos direitos das crianças, a jovem paquistanesa foi vítima de um atentado por defender o direito das meninas de ir à escola. Com 17 anos, foi a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.

Malala se tornou mundialmente conhecida em 2012, quando foi baleada na cabeça por radicais do Talibã na saída da escola. Ela estava no ônibus escolar e a motivação foi a luta da garota pelo direito à educação das meninas e adolescentes do Paquistão. 

Em 2013, quando comemorou 16 anos, Malala foi para Nova Iorque, onde falou para uma plateia de representantes de mais de 100 países na Assembleia de Jovens das Nações Unidas. Ainda neste ano, sua história foi publicada na autobiografia “Eu Sou Malala”. 

Ela também criou um fundo para promover a educação para meninas no Paquistão, e recebeu o Prêmio Sakharov, dado pelo Parlamento Europeu. Em 2014 recebeu o Prêmio Nobel da Paz, tornando-se a mais jovem ganhadora da premiação. Em 2020, com 22 anos, concluiu a faculdade de Filosofia Política e Economia, pela Universidade de Oxford.

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Dorina Nowill

Foi uma educadora, filantropa e administradora brasileira. Educadora de formação, Dorina trabalhou intensamente para a criação e implantação de instituições, leis e campanhas em prol dos deficientes visuais, sendo reconhecida e premiada diversas vezes pelo seu trabalho.

Dorina ficou cega aos 17 anos em virtude de uma infecção ocular. A cegueira, contudo, não a impediu de seguir carreira na área da educação. Concentrou seus esforços na fundação da primeira imprensa Braille de grande porte no Brasil. Também se voltou à regulamentação da educação para cegos. 

Na Secretaria de Educação de São Paulo, foi responsável pela criação do Departamento de Educação Especial para Cegos, e em 1961, graças a seu empenho, o direito à educação ao cego virou lei. Em 1981, ano Internacional da Pessoa Deficiente, ela foi convidada e falou na Assembleia Geral das Nações Unidas, como representante brasileira. Em 2009, Dorina foi considerada pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano.

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Mariazinha Fusari

Foi arte-educadora, co-fundadora do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da Universidade de São Paulo (USP). Por meio de seus projetos de pesquisa no campo da relação entre mídia e infância, colaborou para a ampliação do diálogo entre os campos de conhecimento da comunicação e da educação. 

Hoje, Fusari é considerada um dos principais nomes da educomunicação no Brasil.

Inovação e oportunidade: 4ª edição da Campus Party Brasília

Inovação e oportunidade: 4ª edição da Campus Party Brasília

Reunindo um público de 70 mil pessoas, evento é oportunidade de conexão com tendências de tecnologia e empreendedorismo

Com programação presencial e online, a Campus Party Brasília é evento de destaque para os amantes de tecnologia, inovação e empreendedorismo. 

Dividido em atividades gratuitas e pagas, o evento será realizado neste ano entre os dias 23 e 27 de março, no Estádio Mané Garrincha. Com expectativa para mais de 70 mil participantes, a Campus Party Brasília reunirá estudantes, professores, empresários, empreendedores e curiosos do mundo geek. 

Atrações

Para as atividades gratuitas, a Campus Party Brasília contará com palco de empreendedorismo, com a presença do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), contando com palestrantes abordando o tema. 

Integram ainda as atividades gratuitas as arenas de drones e os campeonatos de jogos digitais. 

Já entre as atividades reservadas ao público pagante, a Campus Party Brasília trará 4 palcos com conteúdos relacionados a programação, games, entretenimento e tecnologia em geral, incluindo um dos temas mais em alta no momento: o metaverso. 

Entre os palestrantes de destaques estão Fabiano de Abreu, membro da Federação Europeia de Neurociências e da Sociedade Portuguesa e Brasileira de Neurociências. 

Reconhecido internacionalmente como um dos maiores especialistas da área, o pesquisador já esteve no nosso canal do Youtube falando sobre o tema Inteligência x Internet: Comportamento Humano, ansiedade e equilíbrio. Vocè pode conferir esse encontro abaixo:

O Evento também contará com a presença de Jordan Soles, VP de desenvolvimento e tecnologia na Rodeo FX, que gerenciou aspectos tecnológicos e criativos de séries como Game of Thrones e Stranger Things

A Campus Party Brasília também deve receber cerca 3 mil participantes na área de camping.

Por quê devo participar?

Sendo um dos maiores eventos de tecnologia e empreendedorismo do Brasil, a Campus Party Brasília é uma oportunidade única de se conectar com o que há de mais avançado na área no momento.

O evento também traz a chance de conhecer pessoas da área e fazer conexões importantes, tanto do ponto de vista acadêmico quanto profissional.

Para saber mais detalhes do evento, visite o site da Campus Party Brasília, clicando aqui. Já para compra de ingressos, você pode clicar aqui.

É importante lembrar que, devido a COVID-19, o evento segue com protocolos de segurança sanitária. Nesse sentido, só é permitido participar presencialmente com comprovante de vacinação ou exame PCR ou antígeno negativo nas últimas 48 horas.

A psicologia como suporte essencial ao setembro amarelo

A psicologia como suporte essencial ao setembro amarelo

A psicologia como suporte ao setembro amarelo

O fim do Setembro Amarelo e a psicologia

O mês do Setembro Amarelo está acabando e com ele fica a importância da psicologia para o combate ao suicídio.

Claro que, com o apoio simbólico do mês, vamos retomando, a cada ano, a importância de se atentar aos sinais das doenças da mente, mas devemos estar atentos e conscientes o ano todo.

A importância da psicologia e os cuidados com as orientações

Entre ficar atento aos sinais que levam alguém a cometer suicídio e orientar a mesma, a regra deve ser clara: por mais que tenhamos que dar apoio, a orientação cabe ao profissional.

A campanha, por mais que nos conscientize sobre estarmos atentos às características que acometem um potencial suicida, também alerta sobre a busca de profissionais qualificados para o tratamento adequado.

A disposição em identificar em um familiar, amigo ou conhecido é diferente da disposição e qualificação em orientar o mesmo.

O que queremos alertar é que, na maioria das vezes, cada pessoa reage de uma forma, de acordo com sua própria subjetividade, no momento de orientar alguém que possa estar passando por uma situação difícil.

Vemos muitos casos onde o conselho é “você tem que sair dessa”, ou “você precisa ser forte”, ou mesmo orientações que vão para cunho religioso/espiritual, deixando de lado o conhecimento que é realmente necessário para o tratamento.

De forma alguma queremos dizer que a busca espiritual, ou um ombro amigo e familiar não tenham potenciais para um possível suporte, pelo contrário, ter com quem contar é muito importante.

Mas até certo ponto cabe a todos compreender que ajuda profissional de um psicólogo é o caminho correto para o tratamento ou prevenção ao suicídio, já que este profissional tem as qualificações mais adequadas para isso.

Com o suporte de um médico psiquiatra, se necessário, e do psicólogo, acreditamos que o caminho para a recuperação e para prevenção ao suicidio pode ser trilhado de forma correta.

Por isso, queremos encerrar o Setembro Amarelo com esta reflexão: Aconselhar com cautela e orientar a pessoa à ajuda profissional.

O socorro especializado existe, queremos que todos possam fazer sua parte até o ponto que pode ser feito e, a partir daí, orientar o suicida ao tratamento especializado com um psicólogo.

A psicologia como profissão essencial à sociedade

A Psicologia é uma profissão essencial à sociedade e busca a compreensão acerca do ser humano e de sua história, autodescoberta e a compreensão sobre as suas dificuldades.

Como citamos no texto, o psicólogo é o profissional mais qualificado para lidar com  casos de possíveis suicidas.

O mercado de trabalho para o curso de Psicologia é promissor devido a atual conjuntura social em que estamos passando. O psicólogo pode atuar desde a clínica até um departamento de recursos humanos.

Para quem vai estudar Psicologia, é importante estar atento ao mercado de trabalho. 

Se você tem vontade de estudar psicologia e contribuir de forma positiva para a sociedade como psicólogo, conheça o curso de Psicologia do Centro Universitário Brasília de Goiás.

 

Contamos com uma metodologia de ensino alinhada com as últimas tendências, além de um corpo docente de primeira e excelentes laboratórios.

Venha conferir as vantagens de se fazer Psicologia no Centro Universitário Brasília de Goiás!

Poliana Sousa: Uma trajetória de sucesso nos JOGOS PARALÍMPICOS!

Poliana Sousa: Uma trajetória de sucesso nos JOGOS PARALÍMPICOS!

Poliana Sousa: Uma trajetória de sucesso nos JOGOS PARALÍMPICOS!

Assim como os jogos olímpicos, os jogos paralímpicos também finalizaram e não poderíamos deixar este grande acontecimento passar sem reiterar a importância dos mesmos para as pessoas com deficiência.

Uma breve história sobre os Jogos Paralímpicos

Há mais de sete décadas, após a Segunda Guerra Mundial, vários ex-combatentes precisavam de conviver com lesões recorrentes da guerra. 

O neurocirurgião Ludwig Guttmann, que trabalhava em um hospital na Grã-Bretanha, ajudava os veteranos a se recuperar, e os ajudava a aprender a lidar com as dificuldades que as deficiências traziam. 

Ludwig Guttmann percebeu que uma boa parcela dos pacientes morriam um ano após sofrerem as lesões, a maioria delas na coluna vertebral. Foi então que o médico decidiu utilizar o esporte como ferramenta de reabilitação aos ex-combatentes, e percebeu que a expectativa de vida aumentara nos pacientes.

Em 1948, Guttmann organizou uma competição para 16 homens e uma mulher com deficiência. A partir da visibilidade desses jogos, os primeiros jogos paralímpicos aconteceram em 1960, na cidade de Roma, trazendo atletas de 23 países.

Jogos paralímpicos: Inclusão, representatividade e conquista das pessoas com deficiência

Os Jogos Paralímpicos retomam a importância da representatividade e das conquistas das pessoas com deficiência, retomando debates e reflexões sobre o papel das pessoas com deficiência na sociedade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) assinaram um documento se comprometendo a ajudar na promoção e na inclusão das pessoas com deficiência no esporte e na saúde em todos os lugares do mundo.

Chegar ao patamar de competir no maior evento esportivo do planeta, diz muito sobre capacidades e principalmente sobre estarem bem resolvidos sobre suas deficiências.

Os Jogos Paralímpicos reforçam, mais vez, como já dissemos, o poder da empatia, da determinação e do esforço de cada pessoa com deficiência, fazendo com que a visibilidade adquirida pelos atletas traga mais oportunidades em todos os âmbitos sociais.

Outro ponto importante é lembrar que durante o período entre os jogos vários esportistas tiveram que se dedicar a outros trabalhos para se manter.  Já outros atletas de altíssimos níveis melhorando suas marcas pq tinham onde recorrer!

“Eu acredito de verdade que vamos melhorar muito, muito mesmo no decorrer destes 3 anos até Paris e lá, ah, ninguém vai me segurar!” Destacou a atleta paralímpica Poliana Sousa, aluna da Faculdade de Talentos Humanos – FACTHUS.

Outro ponto a se tratar sobre o apoio aos esportistas é a Lei do Incentivo ao esporte. Por meio dessa lei, sancionada em 2007, pessoas físicas e jurídicas podem apoiar o esporte por meio de doações e patrocínios. Em troca, parte desses valores será abatida de seu Imposto de Renda. 

Vale ressaltar que as pessoas com deficiência já têm o seu lugar na sociedade, fazendo parte de todos os segmentos sociais e mercadológicos. Isso prova que este poder de superação é motivo de aplausos diários, não somente nos jogos paralímpicos.

Jogos paralímpicos: Inclusão, representatividade e conquista das pessoas com deficiência

O Ecossistema Brasília Educacional tem orgulho de ter como aluna a atleta Poliana Sousa!

Estudante de Direito na Faculdade de Talentos Humanos – FACTHUS, em Uberaba, Poliana Souza é atleta e recordista em lançamento de dardos e representou o atletismo brasileiro nas Paralimpíadas de Tóquio 2020.

Competindo nas modalidades de arremesso de peso e lançamento de dardo, Poliana chegou a conquistar o 7º lugar em arremesso de peso.

Com muita alegria, Poliana publicou no Instagram: “Aloo meu Brasil… terminamos em 7° lugar a prova de arremesso do Peso, dela faço meu trampolim, muito aprendizado, contratempos acontecidos mas que serão ajustados ! Agora é virar a chavinha que logo logo tem mais 👊🏼”

Saiba que temos orgulho de tê-la em nosso time de alunos e que você já é o primeiro lugar para nós só de representar as pessoas pessoas com deficiência e inspirar todos a irem além! Parabéns, Poliana.

Sucesso sempre! E, desde já, Paris 2024 que te aguarde, pois o pódio já é seu!

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