Temáticas de destaque na Educação em 2023: especialistas elegem os principais assuntos que influenciaram a área ao longo do ano

Temáticas de destaque na Educação em 2023: especialistas elegem os principais assuntos que influenciaram a área ao longo do ano

Para muito além da inteligência artificial, a Educação enfrentou árduos desafios e dilemas no ano que termina Todo final de ano é comum olhar pra trás e ter a impressão que muita coisa séria se passou. Afinal, ao longo de 12 meses, são muitos os acontecimentos e as nuances que os acompanham. No cenário da Educação isso não é diferente: o mundo muda, e professores e instituições de ensino não podem ficar para trás. É pensando nisso que angariamos aqui a visão de 4 especialistas em Pedagogia para relembrar as temáticas de destaque da Educação em 2023.  Num ano marcado no Brasil por um novo governo – com diferenças marcantes na visão sobre a pasta educacional com relação à gestão anterior, avanços tecnológicos importantes e ao mesmo tempo assustadores – como a inteligência artificial, crise climática, ocorrências violentas no ambiente escolar e tantos outros acontecimentos importantes, as temáticas de destaque na Educação em 2023 apontadas por nosso docentes do Ecossistema BRAS Educacional são bem variadas, mas englobam sobretudo preocupações quase universais dos especialistas da área. 
  1. Uso intencional da tecnologia no ensino
Quando se fala em ensino e tecnologia em 2023, o Chat GPT foi quem dominou o assunto. Construído com inteligência artificial, o programa desafiou professores no processo educacional, e fez com que muitas instituições de ensino e gestores “pulassem alto” e iniciassem uma verdadeira caça à ferramenta. Mas para o pedagogo e docente da UniBRAS Digital, Rafael Moreira, entre as temáticas de destaque na Educação em 2023, o foco em tecnologia na área pedagógica foi muito além da AI. O professor entende que, passadas as necessidades da pandemia de COVID-19, em que a tecnologia prestou um importante apoio para que os processos educacionais pudessem seguir, é importante agora entender que o ensino deve estar fortemente atrelado aos recursos tecnológicos e digitais.  “Precisamos entender que a tecnologia não determina o aprendizado e a aprendizagem, mas ela contribui para isso. Atrelada ao conteúdo digital, ao livro, às atividades de extensão e paradidáticas como um todo. É o uso intencional dos recursos tecnológicos, e não só tecnologia por tecnologia”, argumenta.  Para o docente, enquanto em 2022 havia uma busca por uma identidade pós-pandêmica na Educação, nesse ano essa busca se tornou mais arrojada. Nesse sentido, ele explica que os profissionais entenderam em 2023 que se necessita ainda mais dos avanços digitais, com foco no maior acesso, contato e uso dessas tecnologias, sendo a inteligência artificial só uma desses avanços disponíveis.  “A tecnologia sempre apontou para a educação, mas seu uso ainda era muito restrito como um suporte. Hoje entendemos que é muito mais que isso, já que esse apoio deve estar atrelado a uma estratégia e ser agregado à uma prática intencional. É preciso ter maturidade para perceber que dentro dos processos educativos deve-se entrar a tecnologia, muito mais que um datashow, ou um retroprojetor”. 
  1. Acesso às instituições de ensino
Para além da tecnologia, o docente e diretor da Faculdade UniBRAS Santa Inês, José Nilton, explica que as desigualdades sociais e econômicas dos estudantes brasileiros durante a pandemia, além de erros na gestão política da pasta em anos anteriores, evidenciaram um fosso na Educação brasileira. E é justamente nesse contexto ainda pós-pandêmico, de recuperar o que foi perdido, é que o especialista elenca esse processo de inclusão da sociedade nas instituições de ensino como uma das temáticas de destaque na Educação em 2023.  “É uma questão muito ampla. Com as questões da pandemia, houve um comprometimento das aprendizagens. Além dos problemas com relação ao acesso às tecnologias, que nem todos tinham, aqueles que tinham esse privilégio sofreram com a falta de habilidade de alguns professores para ensinarem a distância, causando muitas desistências, e o esvaziamento das instituições de ensino”, relata o especialista.  Mas se o contexto pandêmico trouxe prejuízos, em 2023 houve a oportunidade de resgate, e nesse sentido, surgiram novas oportunidades de ensino. Para José Nilton, essa retomada trouxe várias questões antes adormecidas para o debate, como a adequação por meio de novas formas de aprendizagem, a diversidade cultural e inclusão de pessoas da periferia, dos povos originários e outras minorias no processo educacional, o respeito às diferenças e a retomada dos debates sobre os fatores emocionais. “A questão das habilidades e competências, a reinserção da academia com outra capacidade de visão, a busca pelo jovem que se afastou. Nesse sentido, 2023 nos favoreceu bastante”.
  1. Inteligência emocional
Que a pandemia deixou diversos ensinamentos permanentes para o campo educacional, isso não se contraria. Mas entre as temáticas de destaque na Educação em 2023, o pedagogo e docente do Centro Universitário UniFACTHUS, Bruno Inácio, cita a necessidade de se abordar a inteligência emocional entre os alunos.  O docente explica que, com o crescimento do uso de aparelhos tecnológicos, a ausência dos pais na rotina familiar, a correria no dia a dia, além do uso indevido e desregulado das tecnologias, são fatores que corroboram para que essa temática ganhe destaque na Educação. “A pandemia coincidiu com a implantação da Base Nacional Comum Curricular, em que a inteligência emocional é apontada como uma habilidade a ser trabalhada. Ela é permanente no documento. Todos os professores, em todos os níveis da educação básica e média, precisam trabalhar esse assunto com seus alunos”, explica o docente.  Ele indica que, embora essa questão tenha ganhado muito destaque na pandemia, com todas as alterações e consequências pedagógicas que a emergência sanitária trouxe, essa necessidade ainda é imperativa e permanente. “Com o mundo globalizado, o uso frequente da tecnologia e correria da vida moderna, percebemos que uma pessoa que consegue ter essa habilidade, ela consegue lidar melhor com outras habilidades”. 
  1. Recomposição da aprendizagem pós-pandemia
A pandemia ainda não passou, pelo menos na Educação. É por isso que, entre as temáticas de destaque na Educação em 2023, ela continua bem presente. Para a pedagoga e docente do Centro Universitário UniFACTHUS, Juliana Beatriz Teixeira, as consequências são maiores na defasagem do ensino durante a emergência sanitária, que ainda não foi sanada.  “A educação passou por momentos desafiadores e críticos, foi feito da escola um local de reaprender para todos os envolvidos. Voltamos às aulas presenciais sem entender o que ensinar aos alunos. Foram dias difíceis, mas fundamentais para pensar como recompor todas as habilidades não contempladas aos nossos alunos, e de que ponto recomeçar”, aponta a docente.  Ela explica que, a partir dessas dificuldades, exigiu-se muitos dos educadores um olhar diferenciado, direcionando cada aluno nas suas diferenças e ritmos. Olhar para esse lado individual em detrimento do coletivo é um dos desafios da retomada educacional pós-pandemia. Para Juliana, é hora de rever conceitos acadêmicos.  “A escola ressurge de modo todo especial e atento a rever conceitos acadêmicos básicos, buscando o ensino de qualidade, pensando nos conteúdos programáticos para cada ano estudado. Agora é recuperar o tempo perdido, rever as competências que devem ser alcançadas e fazer a diferença de forma individual, inclusiva e contínua, valorizando sempre o discente”. (Texto. Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação do Ecossistema BRAS Educaciona
A saúde masculina em foco: porque esperar não é uma boa ideia

A saúde masculina em foco: porque esperar não é uma boa ideia

Novembro Azul é a campanha de conscientização da saúde dos homens, especialmente quanto ao câncer de próstata

A ideia de um homem forte, que não tem limitações, não chora e não sente dor. A masculinidade suprema, que tudo suporta e nada se abala. Esse é o cenário que encontram médicos e especialistas em políticas públicas quando se fala em saúde masculina. Essas crenças encontram pelo caminho uma situação mais difícil para os homens nos quesitos qualidade de vida e expectativa de vida, e é o principal motivador da campanha Novembro Azul. 

Esse tipo de pensamento reforça negativamente os números quando se pensa em saúde masculina. Em 2021, o Instituto Lado a Lado pela Vida divulgou um estudo feito em 4 países latinoamericanos – Brasil, Argentina, Colômbia e México – que mostrou que 62% dos homens só procuram ajuda médica quando os sintomas são considerados insuportáveis. Ainda em 2021, os homens brasileiros viviam em média 6,9 anos menos que as mulheres. 

Com o prognóstico de que 11% dos homens desenvolverão câncer de próstata em algum momento, o Novembro Azul tem como foco principal a conscientização para o exame preventivo, que deve ser realizado anualmente a partir dos 50 anos, e a partir dos 45 em homens negros, ou que tem histórico familiar da doença. Com mais de 44 mortes pela doença no Brasil por dia, esse tipo de câncer é o que mais mata homens no Brasil, e é o que mais chama atenção quando se fala em saúde masculina.

Mas o foco não é só sobre o câncer de próstata. Quando se pensa é saúde masculina, o Novembro Azul também se desdobra em outras doenças e comportamentos prejudiciais muito comuns entre os homens, como a hipertensão, o colesterol, dependência química, obesidade, tabagismo, além de saúde mental e prevenção ao suicídio – que tem nos homens a maiora absoluta das vítimas. 

Não vale a pena esperar 

É indiscutível que um sintoma incômodo ou constante é um sinal importante para que se busque ajuda médica. No entanto, em muitas doenças, as fases iniciais podem não provocar sintomas. Essa combinação de evolução lenta e situação silenciosa é a receita para que as condições sejam diagnosticadas de forma tardia, diminuindo consideravelmente as chances de cura. Esse é o maior desafio das campanhas para conscientização da saúde masculina, incluindo o câncer de próstata.

O docente e diretor do curso de Biomedicina do UniFACTHUS, Douglas Cobo Micheli, explica que, no caso do câncer de próstata, na maioria das vezes o tumor cresce de forma extremamente lenta. “Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma muito lenta, e leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³,  não dando sinais durante a vida e nem ameaçando a saúde do homem”, argumenta. 

O profissional também explica que a prevenção é feita por meio de dois exames. Um em que se coleta o sangue do paciente e o testa com reagentes para identificar vestígios cancerígenos, e outros de forma manual, em que o médico realiza o toque retal. É justamente fazendo com que os homens furem a bolha do preconceito e se encaminhem de forma regular aos profissionais de saúde que pode-se fazer a diferença e diminuir consideravelmente os difíceis números na saúde masculina hoje. 

“Quando o resultado de um desses exames é anormal, o especialista irá solicitar a realização de análises complementares. Estes testes ajudam a descartar ou confirmar a suspeita médica. Se houver um diagnóstico de câncer de próstata, será preciso avaliar o estágio em que o tumor se encontra para definir a conduta mais adequada para o tratamento”. 

Douglas também alerta que dificuldades para urinar ou a diminuição do jato urinário, além de maior necessidade de urinar nos períodos da noite ou do dia podem ser sinais de atenção, e deve-se buscar o médico imediatamente. A recomendação da campanha do Novembro Azul, portanto, é nunca esperar por eles. 

Outro detalhe importante é que o câncer de próstata não atinge só homens, mas todos aqueles que possuem a glândula, incluindo pessoas transgêneras. A partir disso, é importante também que elas realizem o exame anualmente. 

A enfermeira e coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade UniBRAS Gama, Isla Cherlla da Silva Brito, explica que, quando o diagnóstico ocorre ainda em fases iniciais, a radioterapia ou o procedimento cirúrgico são as opções mais comuns de tratamento. No entanto, ela alerta que o câncer de próstata não é o único foco da campanha pela saúde masculina. 

“Temos outras doenças relacionadas ao grupo masculino, como o câncer de testículos, câncer de penis, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio”.

A docente também aborda os fatores que distanciam os homens dos cuidados com a saúde e as consultas regulares ao médico, que é um dos principais focos da campanha do Novembro Azul, e o que mais dificulta o diagnóstico a tempo de salvar vidas.

“De acordo com o Ministério da Saúde, o que afasta os homens dos consultórios médicos é o fator cultural, no qual eles se julgam imunes às doenças, consideradas por eles sinais de fragilidade”. 

(Texto: Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação Ecossistema BRAS Educacional)

Rotina saudável de estudos: 5 dicas alimentares para estudar mais e melhor

Rotina saudável de estudos: 5 dicas alimentares para estudar mais e melhor

Entenda como a nutrição e estudos devem andar de mãos dadas

É comum que, quando precisamos nos debruçar sobre os livros, pensemos em uma rotina saudável de estudos. Ela deve envolver, antes de qualquer coisa, muito tempo disponível para entrar a fundo no conteúdo, afastar distrações e manter a constância. Mas não são só as horas estudadas que remetem a bons resultados finais: nutrição e estudos têm muito mais em comum do que muitos imaginam. 

Vale lembrar que, para se alcançar a excelência, é preciso antes de tudo manter uma rotina saudável de estudos, e isso deve incluir, entre outras coisas, boas horas de sono, momentos de descanso, exercícios físicos diários e também uma boa alimentação. É entendendo a conexão entre nutrição e estudos que separamos aqui no blog algumas dicas. 

Para listar essas dicas, contamos com o apoio da nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição do Centro Universitário UniBRASÍLIA de Goiás, Lionora Francisca. Ela explica que a relação entre a nutrição e estudos são acompanhados de perto por vários especialistas da área. “Grandes nomes da Nutrição evidenciam a importância de hábitos alimentares saudáveis para o pleno funcionamento cognitivo. Uma alimentação adequada desempenha um papel crucial na manutenção da concentração, na memória e na capacidade de aprendizado”, revela.

  1. Ômega-3

Investir em uma rotina saudável de estudos também é estar atento ao pleno funcionamento cognitivo e do cérebro em geral. Por isso, a docente explica que alimentos ricos em Ômega-3 são fundamentais para a saúde cerebral. 

“Esses alimentos contribuem para a formação de neurônios e a transmissão eficiente de impulsos nervosos, essenciais para absorver e reter informações”, argumenta Lionora.

Entre os alimentos que são ricos nesses ácidos graxos estão as nozes, os peixes e a semente de linhaça.

  1. Alimentação equilibrada em nutrientes

Se para muitos a relação entre nutrição e estudos não está tão clara, é imprescindível observar o devido equilíbrio e variedade de nutrientes para que se obtenha bons resultados. 

Uma dieta balanceada, repleta de frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras deve fazer parte de qualquer rotina saudável de estudos. Esses alimentos fornecem os nutrientes essenciais para a manutenção da energia ao longo do dia, evitando picos de açúcar no sangue que poderiam levar a quedas de concentração.

  1. Atenção aos hábitos alimentares

Não é só sobre o que se come, mas também da maneira que esses alimentos são ingeridos. Lionora explica que fazer pequenas refeições ao longo do dia, em intervalos regulares, também é importante numa rotina saudável de estudos.

“Esse hábito mantém o nível de glicose estável no sangue, garantindo um fornecimento constante de energia ao cérebro”.

  1. Fuja dos ultraprocessados

No âmbito da ligação entre nutrição e estudos, é fundamental entender que os ultraprocessados não prejudicam somente a saúde física, como também a mental e cognitiva. “Evitar alimentos altamente processados e ricos em açúcar é uma recomendação unânime entre os especialistas”,revela a educadora.

A explicação é que esses alimentos tendem a causar flutuações drásticas nos níveis de açúcar, afetando negativamente a concentração e a produtividade, tudo que quem deseja uma rotina saudável de estudos não pode ter.

Estão na lista desses alimentos grande parte dos produtos industrializados, refrigerantes e ainda alimentos de redes de fast-food. 

  1. Mantenha-se hidratado 

Parece óbvio, mas não há como manter uma rotina saudável de estudos sem a devida ingestão de água. É que o bom funcionamento do corpo depende fortemente do consumo adequado dela, e isso se reflete fortemente nas funções cognitivas do estudante.

“A hidratação adequada não deve ser subestimada. Estudos demonstram que a desidratação pode prejudicar a função cognitiva, diminuindo a capacidade de foco e memória. Portanto, manter-se bem hidratado é tão importante quanto escolher os alimentos certos”. 

(Texto: Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação do Ecossistema BRAS Educacional)

Vantagem no currículo: o diferencial de um idioma estrangeiro

Vantagem no currículo: o diferencial de um idioma estrangeiro

Ser fluente em algum idioma estrangeiro é forte diferencial em processos seletivos, de acordo com especialistas de recursos humanos 

Em um mundo profundamente conectado, é difícil não ser impactado diariamente pela presença de algum idioma estrangeiro. Em músicas e séries, conteúdos jornalísticos, conversas com amigos e familiares que vivem no exterior, e também nas relações profissionais. É muito difícil hoje encontrar alguma profissão em que a presença do inglês, espanhol ou outro idioma não tenha uma forte importância. 

É pensando ainda no ponto de vista profissional que a fluência em idioma estrangeiro torna-se um diferencial. Isso porque, para muitas empresas, é fundamental que seus colaboradores tenham conhecimentos para além de sua língua materna. Assim, profissionais fluentes – ou ao menos com nível avançado – passam na frente quando estão participando de processos seletivos. 

Além de ser um forte atrativo em processos seletivos, os especialistas também apontam que ter conhecimento em idioma estrangeiro também dá ao profissional outras vantagens, como a possibilidade em buscar vagas com salários melhores, poder ter experiências profissionais em outros países, ter facilidade em educação e profissionalização e ainda maior possibilidade de comunicação com profissionais internacionais, estimulando a rede de contatos. 

De acordo com uma pesquisa realizada pelo site recrutador Catho, ter fluência em um idioma estrangeiro pode elevar em até 52% o salário dos profissionais em comparação com outros colegas de profissão e mesmo nível hierárquico que não tem essa habilidade. Um outro levantamento do British Council revelou que apenas 1% da população brasileira é fluente em língua inglesa. 

Saindo na frente

A analista de Gestão de Pessoas do Centro Universitário UniBRAS Rio Verde, Cassia Garcia Cabral é unânime em reforçar a presença do idioma estrangeiro no currículo. Atuante na seleção de pessoas, ela entende que aqueles que já possuem fluência em alguma língua além do português estão na frente nos processos seletivos.

“O inglês avançado já é fundamental, e não só o básico. Muitos candidatos possuem um nível avançado em conhecimentos da área, mas acabam não sendo selecionados por não terem conhecimento em língua estrangeira”, aponta. 

A profissional explica que o avanço de multinacionais na economia brasileira, inclusive com a forte presença de investimentos chineses no país, tem promovido uma verdadeira busca a profissionais com fluência em língua estrangeira, que não se resume só ao inglês, nem só aos grandes centro urbanos – há forte busca em cidades do interior também.

“Praticamente em todas as áreas hoje o idioma estrangeiro é exigência, mas serviços na área de tecnologia e no campo do agronegócio têm sido fortemente impactados por essas exigências”.

Entre os idiomas mais buscados, Cássia explica que o inglês e o espanhol são predominantes, mas o francês, alemão e até o mandarim têm tido forte busca. Demonstrando isso, ela diz que recentemente, na cidade vizinha de Itumbiara (GO), uma gigante chinesa da área da energia limpa se instaurou, abrindo muitas vagas, e todas tinham exigência de inglês fluente. 

Novas possibilidades 

Se antes, para alcançar a fluência em um idioma estrangeiro, os profissionais precisavam se deslocar até um curso com frequência semanal e horários pré-determinados, hoje isso não é mais obrigatoriedade. É que as novas tecnologias abriram também novas possibilidades, como aulas on-line, e com frequência e horários flexíveis, se adaptando à rotina do profissional. 

Há inclusive a disponibilidade de cursos gratuitos, ou mesmo a possibilidade de se treinar com nativos, favorecendo o desenvolvimento da conversação. 

Mas se você já venceu os processos seletivos, e ainda busca a fluência no idioma estrangeiro para incrementar seu currículo e melhorar seu desempenho profissional, muitas empresas disponibilizam plataformas de ensino para seus colaboradores, e vale a pena estar atento! O que não vale mais é perder oportunidades por falta de conhecimento. 

(Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação do Ecossistema BRAS Educacional)

A educação antirracista como resposta à exclusão

A educação antirracista como resposta à exclusão

Num país profundamente desigual, caminho na luta contra o racismo estrutural e estruturante passa pela educação Desde que os colonizadores aqui colocaram os pés pela primeira vez, em 1500, nossa sociedade inaugurou uma longa jornada de desprezo e aversão a tudo que não era europeu. A partir daí, o Brasil se tornou um país racista. Os mais variados indicadores socioeconômicos não discordam: neste país os brancos vivem melhor que os não-brancos. O caminho para modificar essa realidade é complexo e passa pela educação antirrascista, uma proposta que propõe utilizar o conhecimento como ferramenta de combate ao racismo. Mas se os mais de quinhentos anos de racismo nos fizeram criar uma longa teia de comportamentos e disparidades cruéis, falar sobre o assunto não é tão simples. A educação antirracista propõe que, para se combater o racismo, é preciso inicialmente assumir que ele exista. E essa tarefa não é fácil e requer despertar nos mais variados interlocutores a necessidade dessas conversas, cada qual com sua responsabilidade. Em pesquisa realizada pelo Instituto Peregum em parceria com o Projeto Setae – ambos representantes do ativismo negro no país – e o Ipec mostra que 81% dos brasileiros assumem que há racismo no Brasil. Dentre os entrevistatodos, 88% afirmam que negros são mais criminalizados que brancos, e 84% acreditam que pretos e pardos recebem tratamento policial diferente. No entanto, a situação muda quando a responsabilização é levada em conta: somente 11% assumem ter algum tipo de comportamento racista. Outros 10% acreditam trabalhar numa instituição racista, e 12% concordam que há racismo no ambiente familiar. É olhando para essa lacuna onde existe o racismo, mas quem o pratica é sempre o outro, que é preciso buscar maneiras de abordar a educação antirracista. A pesquisa do IBGE mais atualizada, a PNAD contínua 2022, mostra que cerca de 57% da população brasileira não se identifica como branca. Por outro lado, quando se observa a inserção dos não-brancos no ambiente profissional, somente 29,5% dos cargos gerenciais eram assumidos por eles. Em 2021, só 19,1% dos proprietários rurais no país eram pretos ou pardos, e a taxa de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza dobra ou quase dobra quando comparados os brancos e os pretos e pardos. As taxas de violência também são uma boa amostra do quanto o racismo estrutural é predominante na sociedade brasileira. De acordo com os dados, o índice de homicídio para pessoas brancas em 2021 foi de 11,5 para cada 100 mil habitantes. Já o mesmo indicador mostra que esse índice foi de 21,9 para pretos e 34,1 para pardos. Garantia por lei O docente e diretor da Faculdade UniBRAS Santa Inês, José Nilton, é categórico em afirmar que a inclusão dos negros e de qualquer minoria racial passa pela educação. Como um homem negro, ele conta ter tido a oportunidade de frequentar espaços dedicados a educação, e que foi exatamente os estudos que o fizeram se identificar e autoafirmar como um homem negro, e se engajar na causa. Nascido de uma família pobre, ele conta que no passado não tinha essa consciência, e por isso acabava relevando situações de racismo como algo a não ser enfrentado. Hoje, ele argumenta que não se deixa intimidar. “Depois que eu me descobri como homem negro, a historia mudou. Hoje não aceito, em hipótese alguma, qualquer demonstração de preconceito, seja qual for”, relata o docente. Para José Nilton, é sempre muito importante, como um educador em sala de aula, ter orgulho de sua negritude. E entende que o diálogo e a partilha de experiencias são as melhores formas de se abordar a educação antirracista no ambiente escolar. “É preciso fazer com que o outro entenda que, dentro da sala de aula, nós professores também somos alunos. Somos todos uma comunidade, que tem o objetivo único de aprender. E eu como professor sou apenas um medidador”. Como um religioso da Congregação Marista, o docente entende que levar uma educação inclusiva e se levantar contra qualquer discriminação é um dever pessoal, e relata que durante décadas de profissão essa postura tem obtido muito sucesso. A experiência de José Nilton não só é muito válida, como também é lei. Já preparado para uma educação antirracista, desde 2003 o Brasil conta com legislação sobre o ensino de história e cultura negra na grade curricular de todas as escolas, sendo responsabilidade das instituições e autores abordarem a diversidade racial. Também há jurisprudência que garante o direito das crianças sobre os estudos dos povos originários. Mas entre a legislação e a prática há inúmeras brechas, e desde então tem sido uma luta de movimentos sociais para a inclusão desses conteúdos na grade curricular de forma efetiva, com resistência de profissionais da educação, pais e alunos. Também há desafios na correta abordagem da temática, o que acaba gerando certa complexidade pela multiplicidade de realidades Brasil afora. O pedagogo e docente do Centro Universitário UniFACTHUS, Bruno Inácio, diz não ter dúvidas que o racismo atrapalha na inclusão de pessoas na educação e no mercado de trabalho. “Nossa história é muito cruel com pessoas negras. Muitas vezes são pessoas marginalizadas pela sociedade, que têm dificuldades em conseguir um emprego com renda compatível com sua função. É só perceber que, nas escolas das periferias, a grande maioria dos alunos são pardos ou pretos”, relata. O relato do docente é compatível com os dados raciais sobre a educação no Brasil. No Enem de 2021, como exemplo, 72,1% dos estudantes brancos que se inscreveram para o exame compareceram para realizá-lo. No caso dos pretos esse percentual caiu para 60,2%, e os pardos 62,9%. Um pouco acima, mas ainda abaixo da média dos brancos, também estavam os asiáticos, com 65,8%. O índice se complica ainda mais quando se olha para os indígenas, em que somente 55,3% compareceram para realizar a prova. Para o professor, é inegável que o racismo estrutural atrapalha no desenvolvimento dos alunos, principalmente as questões que estão veladas. No caso do bullying, na educação básica e infantil, Bruno argumenta que o racismo frequentemente aparece em meio às discussões, e por isso passa pelo combate ao racismo falar sobre tolerância, e tratar das habilidades socioemocionais e humanitárias dessas crianças. “Na educação infantil, é comum o aluno começar a perceber sua identidade, e se perceber diferente. É comum que essas crianças abordem um assunto ou outro, ou xinguem outro colega. Nesse caso, não podemos dizer que essa criança é racista, porque se trata de uma fase de formação, é algo que ainda está se construindo. É nesse momento que o professor deve sentar com essa criança e trabalhar questões como identidade e cultura”. Já no ensino superior, Bruno explica que seu maior contato com alunos negros é justamente em cursos de licenciatura em que leciona, por ter um valor de mensalidade mais acessível. Em algumas turmas há presença de mais de 50% de negros. Para o docente, apesar do imenso potencial, os alunos acabam apresentando algumas questões pelo tratamento que receberam ao longo de sua vida. “Foi transmitido à eles, durante sua existência, que a cultura deles vale menos que a cultura do outro. Gira em torno de uma tentativa de sobreposição de cultura, como se houvesse uma melhor que a outra”. O pedagogo explica também que, tradicionalmente, as regiões com maior presença de pessoas não-brancas, ou seja, os bairros mais afastados, têm menos acesso a centros culturais, como cinemas e teatros. Nesse caso, a inclusão também passa por levar essas pessoas a frequentarem esses espaços, para terem o privilégio de verem o novo, o diferente, e poderem explorar suas potencialidades. (Texto. Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação do Ecossistema BRAS Educacional)

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