5 dicas para manter o foco no EaD

5 dicas para manter o foco no EaD

Modelo remoto possibilita maior flexibilidade, mas foco é indispensável para um resultado de excelência

Estudar a distância deixou de ser uma particularidade e se tornou algo comum. Se antes havia preconceito com a modalidade, a pandemia a transformou na única maneira viável de estudo por certo tempo, e seguiu em alta mesmo depois. Mas apesar das vantagens, manter o foco no EaD exige disciplina extra e hábitos que vão além dos já exigidos no presencial.

Os números mais recentes divulgados pelo Semesp – entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil – mostram que as matrículas no ensino remoto dispararam 326% no período entre 2013 e 2023, enquanto a modalidade presencial teve uma queda de 29,1%. Ao todo são quase 5 milhões de estudantes de EaD em todo o país, o que corresponde a quase metade das matrículas entre 2022 e 2023.

Porém, enquanto no ensino remoto as barreiras da distância e do tempo podem ser mais facilmente dribladas, por outro lado há um forte desafio para conseguir se adequar às exigências que a modalidade impõe, e principalmente não se deixar levar pela procrastinação. São comuns na comunidade acadêmica relatos de pessoas que sofrem para manter o foco no EaD, e não se adaptam da maneira necessária.

O pedagogo e docente da UniBRAS Digital, Rafael Moreira, entende que o ensino a distância ainda está em processo de adaptação. Para além da inovação no formato, o especialista explica que uma das maiores novidades no EaD é justamente o protagonismo do aluno, que precisa manejar bem essa centralidade para se organizar e ter disciplina adequada ao formato, inclusive com rotina de estudos.

“Quando quer ingressar no ensino superior, o aluno já precisa entender algumas questões. Uma delas é que é preciso desconstruir a ideia de que estudar à distância é mais fácil por ser mais barato e ainda por supostamente não existir controle. Além da correta orientação vocacional e o maior domínio da escrita e das tecnologias, a modalidade também exige maior pontualidade no cumprimento de prazos”, explica.

Nesse sentido, o pedagogo explica as diferenças do aluno nas duas modalidades, presencial e remoto. Enquanto na primeira o estudante está acostumado a ter a presença do professor, no ensino remoto é importante revisar esse entendimento, já que a plataforma está lá para registrar o ensino, mas não substitui o professor. Por isso é preciso ter menor dependência do docente.

Considerando os riscos acadêmicos de não se manter o foco no EaD, listamos algumas habilidades e hábitos cruciais ao estudante que opta por estudar remotamente.

1. Ter um ambiente de estudos adequado

É comum que pessoas que desejam estudar à distância imaginarem que a maior flexibilidade da modalidade possa permitir uma total ausência de controles com relação à disciplina no ensino. Mas estudar em qualquer lugar não significa estudar em qualquer ambiente.

Salvo exceções, o aluno que opta por essa modalidade precisa se organizar e providenciar um ambiente de estudos, com todas as características necessárias para se manter o foco no EaD. Isso inclui ambiente calmo, silencioso e confortável.

É importante selecionar um ambiente adequado em casa ou no trabalho, com equipamentos corretos, poltrona confortável, iluminação adequada e bem arejado. Um ambiente mais em contato com a natureza, se possível, também colabora para o melhor rendimento acadêmico.

2. Estar atento à conectividade e dispositivos eletrônicos

Parece básico, mas os equipamentos adequados podem fazer toda a diferença quando o objetivo é manter o foco no EaD. Isso porque um dispositivo eletrônico como um computador – seja de mesa ou notebook – ou um tablet, quando não bem configurado, desatualizado, ou com defeito pode facilmente minguar qualquer rotina de estudos.

O importante manter dispositivo adequado, com boas configurações, navegação fácil e rápida, softwares de apoio e câmera de qualidade. Além disso, esse dispositivo deve estar sempre à disposição imediata do acadêmico, com o cuidado ao utilizá-lo também para fins não educativos.

Em casos de uso de telefones celulares, é preciso estar atento para que seu manuseio não atrapalhe a rotina de estudos com distrações de redes sociais e notificações diversas, sendo recomendado silenciar esses aplicativos durante o período. Para algumas pessoas a melhor opção poder ser mesmo evitar seu uso como um todo.

Outra questão importante é a conexão à internet, que deve ser de velocidade e estabilidade adequados. Qualquer problema de conectividade pode trazer fortes prejuízos à rotina acadêmica.

3. Criar uma rotina

Se a flexibilidade é uma das vantagens do ensino a distância, a previsibilidade é amiga do bom rendimento acadêmico, ao menos em relação à rotina. Para manter o foco no EaD é crucial ter uma rotina de estudos adequada às necessidades acadêmicas, pessoais e profissionais do estudante.

Por isso, reservar um horário específico dentro de uma rotina bem estruturada é essencial para se conseguir cumprir os requisitos acadêmicos, além de adaptar-se às necessidades do dia a dia. Isso se torna ainda mais relevante quando se nota a exigência da maior disciplina na modalidade remota, já que não há a imposição da presencialidade.

4. Acompanhar a grade de aulas e trabalhos

Manter uma rotina de estudos e revisões da matéria é fundamental, mas acompanhar a grade de aulas é imprescindível. Se houver possibilidade de acompanhar as aulas ao vivo, mesmo quando não obrigatório, os resultados podem ser ainda melhores. Além disso, estar atento ao cronograma de aulas é crucial para o devido acompanhamento das matérias.

A interação durante as aulas, que já é muito importante na modalidade presencial, torna-se ainda mais relevante no EaD, pois ajuda no foco e nas dinâmicas de aprendizagem, e demonstra ao professor o interesse e a atenção pelo conteúdo.

O mesmo vale para os trabalhos e outras atividades, que precisam ser entregues nas datas estipuladas, assim como provas e avaliações. Participar de fóruns e monitorias, e buscar tutoriais também fazem a diferença.

5. Reunir as dúvidas

Ao contrário da modalidade presencial, em que as dúvidas que surgem em sala podem ser diretamente resolvidas pelo docente, no ensino remoto isso nem sempre é uma realidade. Além da distância do professor, nesse modelo de ensino as atividades e trabalhos fora das aulas ganham ainda mais protagonismo.

Por isso, para manter o foco no EaD, é essencial que o estudante anote suas dúvidas que surgirem, e esteja em contato com o docente sempre que possível. Esse hábito auxilia bastante no aprendizado, e ajuda a não acumular problemas que podem se tornar bolas de neve no futuro. (Texto: Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação Ecossistema BRAS Educacional)

4 implicações do consumo de ultraprocessados na rotina de estudos

4 implicações do consumo de ultraprocessados na rotina de estudos

Consumo de alimentos industrializados têm prejuízos que vão além da saúde física, e afetam rendimento acadêmico

O consumo excessivo de alimentos ultracalóricos tem deixado médicos, nutricionistas e pesquisadores em alerta, dado aos prejuízos já comprovados de uma dieta hipercalórica na saúde física. Mas o que recentemente começou a ser revelado pelas pesquisas são os efeitos dessa dieta também nas áreas neurológica e mental, com implicações no consumo de ultraprocessados na rotina de estudos.

A questão não é exatamente simples. Os alimentos manipulados industrialmente, com excesso em açúcar, sal, gorduras e elementos químicos e sintéticos como corantes e conservantes afeta diretamente nosso cérebro. Assim, há implicações no consumo de ultraprocessados na rotina de estudos em todas as faixas etárias. Só que os mecanismos por trás disso ainda não são bem esclarecidos.

Falar sobre a ingestão de alimentos saudáveis como frutas e verduras, grãos, castanhas, azeite de oliva, ovos e muitos outros e associar esse consumo a melhores rendimentos de alunos é comum, mas abordar os prejuízos do consumo de ultraprocessados na rotina de estudo ainda é raro, e desconhecido por muitos.

A desconexão entre as fontes do alimento e quem os consome, a rotina cada vez mais acelerada e a perda do hábito de cozinhar vem turbinando os ultraprocessados na mesa dos brasileiros. De acordo com um estudo da USP de 2022, esses alimentos – ricos em calorias e pobres em questões nutricionais – já compõem uma média de 30% da ingestão diária de calorias o Brasil.

A nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da UniBRAS Rio Verde, Daiane Costa dos Santos, explica que os riscos do consumo de ultraprocessados na saúde cognitiva e mental são diversos, mas os mais percebidos estão relacionados a memória, atenção e aprendizado, isso devido a inflamações e estresse oxidativo no cérebro.

“Esses alimentos causam uma inflamação sistêmica, um estresse oxidativo que afeta negativamente o cérebro. Há uma prevalência de dificuldade de memória e aprendizado, especialmente em crianças e idosos. Já temos dados que demonstram isso, com evidência científica”.

A especialista argumenta que esse tipo de prejuízo é fortemente perceptível em crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e também em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ela também diz que os prejuízos na saúde mental são desencadeados pela alta concentração de ácidos simples, gorduras trans, açúcar e aditivos, que estão relacionados a sintomas ansiosos e depressivos.

“Um outro fator está ligado a alteração na microbiota intestinal. Já se sabe que grande parte da produção de serotonina está no instestino. Quando se consome muito ultraprocessados, essa microbiota é alterada, o que pode afetar a produção desse neurotransmissor e causar prejuízos diretos no humor e no bem-estar mental”, explica.

Cientes de que manter uma rotina de estudos equilibrada é essencial para o melhor rendimento acadêmico, deixamos abaixo 4 consequências do consumo de ultraprocessados na rotina de estudos.

1. Prejudica o desempenho cognitivo

Um dos traços cognitivos mais importante para um estudante é ter boa memória. E é exatamente nesse ponto que os ultraprocessados podem afetar mais os estudos. Em uma grande pesquisa com mais de 30 mil pessoas desenvolvida pela universidade de Harvard e divulgados pela revista Neurology em 2024, constatou-se que o consumo de ultraprocessados tinha efeito direto no comprometimento cognitivo dos participantes.

Acompanhando pessoas dos mais variados perfis demográficos por 11 anos, os pesquisadores verificaram que um aumento de 10% na ingestão de ultraprocessados acrescentava em até 16% o risco de comprometimento cognitivo, especialmente a memória. Um outro estudo de 2022 coordenado pela USP e outras cinco universidades brasileiras mostrava resultados semelhantes.

Na pesquisa brasileira, pessoas que consumiam mais de 20% do total energético diário em alimentos ultraprocessados tinham mais riscos de sofrer declínio cognitivo acentuado. O estudo acompanhou 11 mil pessoas em seis capitais brasileiras entre 2008 e 2017.

2. Favorece o desenvolvimento de insônia crônica

Ainda não se sabe bem como, mas o consumo de alimentos ultraprocessados está relacionado ao desenvolvimento de insônia crônica. Foi o que mostrou um estudo em parceria entre as universidades de Sorbonne, na França, e de Columbia, nos EUA. Reunindo mais de 38 mil franceses, o estudo relacionou o maior consumo de alimentos ultracalóricos a maior ocorrência de doenças do sono.

Um outro estudo da universidade sueca de Uppsala e coordenado pelo pesquisador brasileiro Luiz Brandão, já indicava que o consumo desses alimentos estava por trás de dificuldades em atingir um sono reparador.

Considerando o papel de uma boa higiene do sono para um bom rendimento escolar, é fácil entender o impacto do consumo de ultraprocessados na rotina de estudos.

3. É prejudicial à saúde mental

Sem uma boa saúde mental não há projeto acadêmico que se mantenha de pé, e a dieta rica em industrializados também não ajuda nesse ponto. De acordo com um estudo da USP divulgado em fevereiro desse ano, o alto consumo desses alimentos na dieta favorece em até 58% a incidência de depressão resistente, isto é, casos em que a o paciente não reage de maneira satisfatória aos fármacos tradicionais.

Para além da ausência de nutrientes importantes para o bom funcionamento do corpo, como fibras, vitaminas e antioxidantes, os colorantes, conservantes, espessantes e outros produtos sintéticos presentes nos ultraprocessados estariam relacionados a processos inflamatórios, favorecendo a depressão.

Um estudo publicado na revista Nutrients em 2023 relacionava esses alimentos a 44% de risco maior em depressão – com diferentes tipos de gravidade, 48% maiores chances de sintomas de ansiedade, além de maior incidência em casos de demência.

4. Eleva as flutuações do açúcar no sangue

A concentração é um fator chave a quem deseja se debruçar sobre os livros, e de novo os industrializados não ajudam. Isso porque uma dieta sem o devido equilíbrio de calorias e nutrientes eleva a incidência das flutuações no nível de glicose na corrente sanguínea, o que afeta diretamente a capacidade cognitiva.

Essas flutuações podem ser mais simples, com pequenos incômodos na capacidade de concentração, ou podem ser mais complexas, provocando hipoglicemia ou hiperglicemia – baixo e alto nível de açúcar no sangue, respectivamente.

Dessa forma, fica evidente as consequências do alto consumo de ultraprocessados na rotina de estudos, já que essas condições induzem a sintomas como fraqueza, sonolência, confusão mental ou mesmo perda de consciência. (Texto: Bruno Corrêa – Assessoria de Comunicação Ecossistema BRAS Educacional)

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